Exames para prevenção do câncer de mama podem chegar no SUS

No Outubro Rosa, especialistas alertam que SUS ainda não oferece exames genéticos amplamente, enquanto planos de saúde garantem cobertura

Por ES360
Outubro Rosa é o mês de conscientização sobre o câncer de mama. Foto: Freepik

O Outubro Rosa reforça a importância da conscientização sobre o câncer de mama, doença que atinge milhares de mulheres no Brasil todos os anos. Além da prevenção e do diagnóstico precoce, cresce a discussão sobre exames genéticos capazes de identificar risco hereditário.

Enquanto os planos de saúde já oferecem cobertura para esses testes, pelo SUS a inclusão ainda está em avaliação e depende de votação para ser oficializada. Segundo o advogado Pedro Stein, mulheres com histórico familiar podem realizar exames genéticos e cirurgias preventivas pelos planos de saúde, incluindo testes para mutações BRCA1 e BRCA2 e mastectomia profilática, quando indicadas.

“Atualmente, o sistema público concentra-se na detecção precoce por meio de mamografia e no tratamento integral do câncer já diagnosticado. Projetos em tramitação buscam ampliar o acesso a exames genéticos e cirurgias preventivas para mulheres com alto risco hereditário, mas ainda dependem de aprovação legislativa”, afirma o advogado.

Garantias legais

Ainda segundo o especialista, mulheres diagnosticadas com câncer de mama contam com diversas garantias legais, tanto pelo SUS quanto pelos planos de saúde. Entre elas estão:

  • Exames preventivos: mamografia anual pelo SUS a partir dos 40 anos.
  • Tratamento rápido: início do atendimento em até 60 dias após o diagnóstico, conforme a Lei dos 60 dias.
  • Atendimento completo: cirurgias, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e terapias-alvo.
  • Reconstrução mamária: cirurgia reparadora imediata ou tardia.
  • Suporte multiprofissional: acompanhamento psicológico, nutricional e social.
  • Tratamento fora do domicílio (TFD): transporte e hospedagem custeados pelo SUS, quando necessário.
  • Direitos trabalhistas: auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.
  • Isenção de imposto de renda sobre aposentadoria ou pensão.

“O SUS garante tratamento integral e atualizado, com protocolos baseados em evidências científicas, incluindo cirurgias, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo, supressão ovariana e acompanhamento multiprofissional. Além disso, novos medicamentos modernos já foram incorporados, ampliando as opções terapêuticas para pacientes em diferentes estágios da doença”, explica Dr. Stein.

Como conseguir o tratamento

Para solicitar exames genéticos ou cirurgias preventivas, é preciso apresentar indicação médica, justificativa clínica, parecer de especialista e comprovação do histórico familiar.

“A comprovação consistente do histórico familiar é essencial para justificar a investigação genética e eventualmente autorizar cirurgias preventivas, pois o risco hereditário precisa estar fundamentado clinicamente”, explica.

Em caso de negativa do atendimento, pacientes podem recorrer pelo SUS ou plano de saúde. No sistema público, o caminho envolve ouvidoria, Defensoria Pública ou Ministério Público e, se necessário, ação judicial.

Nos planos de saúde, é possível entrar com recurso administrativo, registrar reclamação na ANS, procurar assistência jurídica e recorrer à Justiça para garantir atendimento imediato.

“O objetivo dessas medidas é assegurar que a paciente tenha acesso rápido e seguro ao tratamento necessário, respeitando o direito constitucional à saúde”, reforça o advogado.

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