O soldado da Polícia Militar Lucas Torrezani de Oliveira, acusado de matar o músico Guilherme Rocha, em um condomínio de Jardim Camburi, Vitória, vai a júri popular.
A decisão, do juiz Carlos Henrique Rios do Amaral Filho, foi emitida nesta quarta-feira (18), após denúncia do Ministério Público do Espírito Santo. O crime aconteceu em abril de 2023.
A data para o julgamento ainda não foi divulgada.
Relembre o caso
O músico Guilherme Rocha foi morto na madrugada do dia 17 de abril de 2023 no condomínio em que ele o policial moravam, em Jardim Camburi, Vitória. Segundo a polícia, Guilherme foi assassinado após reclamar de som alto com o vizinho policial, que bebia com amigos na entrada do condomínio.
De acordo com os autos do processo, que corre no Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o músico pediu por duas vezes que o policial e os amigos diminuíssem o volume do som, pois ele e sua família não estavam conseguindo dormir por conta do barulho que eles estavam fazendo.
Por volta das 3h da manhã Guilherme dirigiu-se até o local novamente, pedindo mais uma vez que o policial e os amigos deixassem o local, foi quando Lucas sacou a arma de fogo que portava consigo e intimidou a vítima dizendo “eu sou PM, o que você vai fazer?”, instante em que o amigo do policial, Jordan, empurrou o músico no chão.
“Aproveitando-se da condição de vulnerabilidade da vítima, o acusado Lucas efetuou um disparo de arma de fogo contra ela, provocando-lhe as lesões que foram a causa suficiente para sua morte”, relata a juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, da 1ª Vara Criminal de Vitória, em trecho do processo.
Mesmo ferido, Guilherme tentou deixar o local do crime, no entanto, caiu no chão agonizando enquanto o policial terminou de ingerir sua bebida alcoólica acompanhando a cena.
“Ele queria dormir, agora dormiu”
Em outro trecho do processo, a juíza destaca que o policial debochou da vítima em um grupo de Whatsapp no dia seguinte ao crime. “(…) Ele se manifestou em um grupo de WhatsApp demonstrando total desapego à vida da vítima Guilherme dizendo ‘ele queria dormir, agora dormiu’” , ressalta a magistrada no processo.
Diante do ocorrido, a juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage, da 1ª Vara Criminal de Vitória, solicitou a prisão preventiva de Lucas Torrezani, que já está preso desde o dia seguinte ao crime, no Quartel da Polícia Militar, na capital.
A reportagem tenta contato com a defesa de Lucas Torrezani. O espaço está aberto para manifestação. (producao@recordnewses.com.br).