Um casal foi preso suspeito de aplicar golpes na internet utilizando a imagem da menina Yara Rohsner, que faleceu em janeiro deste ano durante um tratamento contra o câncer. Os dois foram detidos na região do Riacho Fundo I, no Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Civil do Espírito Santo, as investigações começaram em maio do ano passado, após a mãe de Yara denunciar uma campanha falsa de arrecadação de fundos. Os golpistas teriam usado imagens da criança para comover internautas e levantar doações fraudulentas, que chegaram a somar aproximadamente R$ 60 mil.
“A polícia iniciou as investigações e identificou os criminosos, que estavam localizados no Distrito Federal, em Brasília. Com o apoio da Polícia Civil do Distrito Federal, cumprimos um mandado de busca e apreensão em Riacho Fundo I, além de dois mandados de prisão preventiva contra o casal responsável”, explicou o delegado Brenno Andrade, chefe da Divisão Patrimonial e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).
Durante o interrogatório, o casal confessou que já havia criado cerca de sete campanhas falsas, sempre utilizando imagens de crianças com doenças graves para obter doações ilícitas. A partir disso, bloqueavam os pais ou responsáveis pelas crianças nas redes sociais para evitar que descobrissem os golpes.
Em alguns casos, como no de Yara, os criminosos alteravam o nome da criança para dificultar a identificação e eventuais denúncias.
Segundo a polícia, os valores arrecadados com as campanhas eram usados para pagar contas pessoais, eletrodomésticos, veículos e outras despesas. O delegado informou que foi solicitado o bloqueio das contas bancárias utilizadas pelos golpistas.
“A polícia pediu também o bloqueio desse dinheiro e está fazendo o levantamento dessa quantia. A gente pediu o bloqueio das contas bancárias desses indivíduos”, explicou Brenno Andrade.
Alerta para doações online
A Polícia Civil aproveitou para reforçar o alerta sobre doações em campanhas online. O delegado orienta que os doadores verifiquem sempre a autenticidade das iniciativas antes de transferirem qualquer valor.
“Conferir a autenticidade, ver as pessoas que estão ali em torno e se essa vaquinha tem algum apoio, algum patrocínio ou algum parceiro que possa fazer você confiar nessa vaquinha. Cuidado ao fazer transferências sem ter certeza da campanha”, alertou.
Crimes
O casal responderá pelos crimes de associação criminosa e estelionato mediante fraude eletrônica, cujas penas podem variar de cinco a oito anos de prisão. Além disso, uma terceira pessoa responsável pela conta bancária ainda está sendo procurada. As investigações seguem em andamento para identificar outras vítimas e possíveis cúmplices.