Aberta mostra do artista José Bechara no Centro Reis Magos

Mostra de José Bechara - “Para nadar é preciso vencer o mar”, no Centro Reis Magos

Por Bartolomeu Boeno
Escultura de José Bechara no Centro Reis Magos/Reprodução

O Centro Interpretativo da Aldeia de Reis Magos inaugura nessa quinta-feira (14) a mostra “Para nadar é preciso vencer o mar” do renomado artista carioca José Bechara. A exposição está montada na Galeria Belchior Paulo, que leva o nome do religioso jesuíta português, primeiro artista a exercer o ofício da arte no Brasil no final do século XVI. Mostra de José Bechara – “Para nadar é preciso vencer o mar” segue aberta à visitação até o dia 18 de janeiro de 2026.

Em espaço que guarda a história da missão jesuítica no Espírito Santo, no século XVI, e hoje um dos principais ativos culturais capixabas, Bechara – reconhecido pelo caráter experimental e utilização diversificada de métodos e materiais, o que permite novas experiências no campo pictórico – apresenta oito pinturas de grandes e pequenas dimensões, e na parte externa da galeria, exibe uma escultura em grandes dimensões.

Com exceção de uma das pinturas, todas as demais são inéditas e foram pensadas exclusivamente para esta exposição. Nas pinturas ele usa processos de oxidação de metais sobre lonas de caminhão usadas e nas esculturas blocos de mármore e metais.

Relações com a memória

Bechara disse que tem uma expectativa especial com relação a Galeria Belchior Paulo. “Me animei em participar desta exposição pelo fato dela acontecer num monumento de longa história. Num equipamento arquitetônico que está inserido na história da formação do Brasil Essa relação com a memória foi uma das razões de me motivaram a fazer este trabalho e pela qual aceitei o convite.
A galeria pequena, dentro de um mosteiro, guarda peculiaridades. Ela não é um espaço comum em relação ao circuito de exposições de arte contemporânea existentes e isso me animou a fazer esta mostra”, afirma ele.

Obra de Bechara em exposição/Reprodução

 

Artista carioca José Bechara/Reprodução

Em texto curatorial, o crítico de arte Agnaldo Faria diz que: “Bechara perscruta a pele do mundo. Grande parte de suas pinturas, desenhos, esculturas e instalações faz uso de matérias oxidadas, elementos instáveis, algumas à beira do colapso. Interessa ao artista o desenvolvimento interno dos materiais, a peculiaridade de seu atrito com os elementos, a troca permanente que há entre as coisas, a começar pelo suor excessivo do nosso corpo sob o sol carioca, encharcando nossas roupas, provas de um equilíbrio tenso e efêmero”.

Erika Kunkel: diálogo entre passado e presente/Divulgação

Modus Vivendi

Para a presidente do Instituto Modus Vivendi e gestora do Centro Interpretativo da Aldeia de Reis Magos, Erika Kunkel, a união do arrojado José Bechara com o espaço, entre outros pontos, reforça o aspecto cultural e histórico do monumento, criando um rico diálogo entre passado e presente, ou seja, entre os jesuítas e Bechara, entre o colonial e o contemporâneo, conforme o título da exposição diz: “para nadar é preciso vencer o mar. Assim foi a história dos Jesuítas, que venceram o mar e deixaram no Espírito Santo, um legado que segue atual e único desde a colonização do Brasil”, afirma.

Horários de visita

Mostra de José Bechara – “Para nadar é preciso vencer o mar”
14 de agosto de 2025 a 18 de janeiro de 2026
Galeria Belchior Paulo
Centro Interpretativo da Aldeia de Reis Magos, Nova Almeida, Serra
Visitas: Terça a domingo
9h30 às 17h30

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