Veja os enredos das escolas do Grupo Especial de Vitória

As 10 escolas do Grupo Especial vão desfilar nos dias 6 e 7 de fevereiro no Sambão do Povo

Por Redação
Foto: Marcos Salles/PMV

Os desfiles do Grupo Especial do Carnaval de Vitória prometem levar ao Sambão do Povo, nos dias 6 e 7 de fevereiro, um espetáculo que celebra ancestralidade, espiritualidade, protagonismo feminino, identidade afro-brasileira, memória capixaba, histórias de resistência e até referências ao mapa astral. As escolas de samba vão apresentar enredos que reforçam o samba como expressão viva da cultura, da fé e do pertencimento do povo capixaba. A transmissão oficial será feita pela TV Sim/SBT.

Os ingressos estão à venda pelo site Brasil Ticket.

A atual campeã do carnaval de Vitória, a Independente de Boa Vista levará para a avenida a força de João Bananeira em “A Voz que Dança nas Folhas da Resistência”. A escola mergulha na ancestralidade do Congo capixaba por meio dessa figura mítica, corpo encantado nascido da mata e símbolo de luta, fé e liberdade. A escolha dialoga diretamente com Cariacica, território onde o Congo é expressão viva da identidade local e onde comunidades mantêm essa tradição há gerações, reforçando o vínculo entre o enredo, a escola e as raízes culturais do município.

No Pega no Samba, a escolha pelo enredo “Okê Caboclo Sete Flechas – Guardião Ancestral da Natureza” propõe uma imersão na força espiritual dos povos originários, reverenciando o Caboclo Sete Flechas, entidade de luz, proteção e sabedoria ligada à Umbanda e às religiões de matriz africana. A proposta convoca a avenida a vivenciar a energia da mata, da ancestralidade e dos caminhos de cura trazidos por essa figura sagrada.

A espiritualidade também se manifesta na Novo Império, que apresenta “Aruanayê: Guardiãs dos Mistérios Ancestrais”, enredo que destaca a força do sagrado feminino e das mulheres, oriundo de manifestações indígenas e africanas que se entrelaçam para que o legado afro-indígena se perpetue.

A religiosidade marcará presença no desfile da Unidos de Jucutuquara, que irá mostrar de forma didática a história de Maria Padilha no enredo “Arreda homem que aí vem mulher”. A escola exaltará Padilha como símbolo de liberdade e resistência, percorrendo sua trajetória para inspirar todos os corpos que o mundo tentou silenciar.

Outras escolas optaram por narrativas que resgatam personagens e memórias. A Mocidade Unida da Glória mergulha na trajetória de Teresa da Baviera em “O Diário Verde de Teresa”, enredo inspirado na princesa, naturalista e exploradora alemã que percorreu o Brasil no século XIX, documentando espécies, paisagens e aspectos culturais com olhar científico e sensível. A partir de sua jornada, a escola atravessa temas contemporâneos como preservação da Mata Atlântica, povos originários e resistência ambiental.

 

Já a Unidos da Piedade, em “O Canto Livre de Papo Furado”, dá voz à irreverência crítica de uma figura marcante que representa liberdade, contestação e o espírito popular das ruas do Centro de Vitória: o intérprete Edson Papo Furado.

O Xirê — roda sagrada e celebração dos orixás — inspira o enredo da Imperatriz do Forte, que com “Xirê – Festejos às Raízes” celebra a ancestralidade, a espiritualidade e a força das culturas afro-brasileiras que moldam nossa identidade. Em 2026, a Imperatriz do Forte dança o xirê dos orixás, canta os saberes do terreiro e exalta as raízes que sustentam o nosso samba.

A história capixaba ganha destaque na Rosas de Ouro, que apresenta “Cricaré das Origens, o Brasil que Nasce em São Mateus”, celebrando o papel do município na formação do país e reverenciando grandes nomes e a força da negritude que moldou a cultura mateense, marcada por tambores, cânticos, dança e fé, reforçando a importância de suas raízes culturais.

A Andaraí transformou a própria fundação da escola em narrativa. “01/12/1946”, título do enredo, marca o dia em que a agremiação surgiu como bloco e, dali em diante, evoluiu até virar escola de samba. O carnavalesco parte do mapa astral da escola — sagitariana com ascendente em Áries — e de suas raízes nas religiões de matriz africana — filha de Oxumarê, senhor do arco-íris e da transformação — para contar sua trajetória, a relação com a comunidade e as conquistas que moldaram sua personalidade ao longo de quase oito décadas.

A Chegou o Que Faltava apresenta “Orí – Sua Cabeça é Seu Guia”, propondo uma reflexão sobre o Orí, conceito central das tradições iorubás e das religiões de matriz africana. O Orí não é um orixá, mas a própria essência que habita a cabeça de cada pessoa, responsável pelo destino, pela intuição e pelo caminho individual. Em meio aos desafios do mundo, é o Orí que orienta, fortalece e protege. Honrar o Orí é cuidar da mente, do corpo e da ancestralidade que nos sustenta, reconhecendo a força interior que conduz cada trajetória.

Enredos 2026 – Grupo Especial

Pega no Samba – Okê Caboclo Sete Flechas – Guardião Ancestral da Natureza
Novo Império – Aruanayê: Guardiãs dos Mistérios Ancestrais
Jucutuquara – Arreda Homem que Aí Vem Mulher
MUG – O Diário Verde de Teresa
Imperatriz do Forte – Xirê – Festejos às Raízes
Rosas de Ouro – Cricaré das Origens, o Brasil que Nasce em São Mateus
Piedade – O Canto Livre de Papo Furado
Boa Vista – João do Congo: A Voz que Dança nas Folhas da Resistência
Chegou o Que Faltava – Orí – Sua Cabeça é Seu Guia
Andaraí – 01/12/46

Ordem dos Desfiles 2026

Sexta-feira (06)
Pega no Samba
Novo Império
Unidos de Jucutuquara
Mocidade Unida da Glória (MUG)
Imperatriz do Forte

Sábado (07)
Rosas de Ouro
Unidos da Piedade
Independente de Boa Vista
Chegou o Que Faltava
Andaraí

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