Pesquisadoras e pesquisadores do Brasil, da América Latina e de diferentes países europeus se reunirão no campus de Goiabeiras a partir desta segunda-feira, dia 1º, para o Colóquio Internacional Arte e Política: Rastros da Violência no Brasil, na América Latina e em Espectros Além-Mar. O evento é gratuito e não há necessidade de inscrição prévia. Haverá um QR Code para registro de presença e emissão de certificados.
Até a sexta-feira, 5, o público acompanhará discussões e reflexões sobre as diferentes manifestações de violência em contextos históricos e contemporâneos, as formas de resistência expressas pela arte e os diálogos entre memória, política e criação artística no Brasil, na América Latina e em perspectivas transnacionais.
Organizado por professores da Ufes, da Universidade Nova de Lisboa (Portugal) e do Instituto Federal do Pará (IFPA), o encontro promoverá mesas temáticas, comunicações, exibições de filmes, debates, lançamento de livros e apresentações artísticas em um esforço coletivo para compreender, por meio da arte e das humanidades, como a violência marca sociedades, subjetividades e modos de criação. Veja aqui a programação completa.
A programação, que se espalha por auditórios do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN), da Biblioteca Central, do Centro de Artes (CAr) e do Cine Metrópolis, foi concebida de forma transdisciplinar. Participam pesquisadoras e pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras, que abordam desde memórias das ditaduras latino-americanas até manifestações contemporâneas de autoritarismo. As mesas principais, distribuídas em quatro eixos (Memória e violência em contextos ditatoriais; Ativismo artístico e cultural; Rastros da violência nos dias de hoje; Cinema, literatura, música e estética) reúnem estudos sobre resistência cultural, denúncias sociais, práticas artísticas insurgentes e reinterpretações críticas do passado.
Filmes
A proposta artística constitui um componente central do colóquio, destacando a arte como forma de pensamento e espaço de enfrentamento simbólico. O Cine Metrópolis recebe a exibição do filme João Parapeito (2024), de André Queiroz, e do longa Relâmpagos de crítica, murmúrios de metafísicas (2024), de Julio Bressane e Rodrigo Lima, ambos seguidos de debate. O evento também promoverá o lançamento de livros e um palco aberto de música e poesia, ampliando o diálogo entre criação e reflexão.
As comunicações acadêmicas somam cerca de 30 trabalhos brasileiros e estrangeiros. Elas serão apresentadas presencialmente nas manhãs dos dias 3 e 4 e, de forma on-line, ao longo do dia 5. Os estudos transitam por temas como testemunho e trauma, ativismos culturais, ditaduras no Cone Sul, arte indígena, violência estrutural, contracultura, literatura de resistência, pedagogias autoritárias na mídia, cartografias críticas e reinterpretações da memória histórica. Os links para as sessões virtuais serão divulgados no site do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL).
Espaços de resistência
Segundo o professor do PPGL Gaspar Paz, um dos organizadores do colóquio, as práticas artísticas e culturais são espaços de resistência e de pensamento crítico. Para ele, o evento destaca esse papel ao discutir alternativas diante das diversas formas de violência que marcam o Brasil, a América Latina e outros contextos atuais, atravessados por políticas neoliberais, autoritarismos e pela crescente espetacularização da política. “Nossa intenção é pensar como se imbricam essas formas de violência e mostrar como as artes nos ajudam a tomar posição em face dessas urgências do agora: Gaza, golpes de estado, regimes ditatoriais, recrudescimento da violência urbana e institucional. A universidade e a educação pública não podem se furtar, portanto, dessa temática crucial”, ressalta.
O colóquio é promovido pelo grupo de pesquisa Crítica e Experiência Estética, vinculado ao PPGL, e conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes).
Fonte: UFES





