Morte de bebê: o que diz o CRM-ES após médico ser denunciado

O médico Adoris Loureiro foi indiciado por homicídio culposo pela morte de um bebê durante atendimento

Por ES360
O CRM-ES não comentou o indiciamento do médico após morte de bebê em Vila Velha. Foto: Divulgação

O médico Adoris Loureiro foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, no caso da morte do bebê de 35 dias dentro do consultório do pediatra em uma clínica de Vila Velha, em julho deste ano.

Segundo a polícia, durante o atendimento, o bebê Miguel Nunes Costa Reis foi manipulado de forma indevida, o que levou à broncoaspiração do leite materno que havia acabado de ingerir. A criança foi colocada de barriga para baixo e de cabeça para baixo pelo médico. Com esse procedimento, o bebê vomitou e broncoaspirou o próprio vômito.

À reportagem do portal ES360, o Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) informou, por meio de nota, que não se manifesta sobre casos concretos, a não ser nos autos do processo de investigação.

“Conforme disposto no Código de Processo Ético Profissional, todos os trâmites processuais correm em segredo de Justiça”, diz o trecho do comunicado.

À reportagem do portal ES360, o pai do bebê, o advogado Ronaldo dos Santos Costa, disse que não era o que a família esperava. “Nós entendemos que o homicídio foi doloso por dolo eventual, pois a conduta dele foi além da imprudência. Ele fez consciente e assumindo o risco de produzir o resultado morte, além disso faltou o indiciamento por omissão de socorro, pois deixou o nosso Miguel e saiu para atender outros pacientes como se nada tivesse acontecido”, desabafou.

Em nota, os escritórios dos advogados David Metzker, Mário de Oliveira Filho e Rodrigo Faucz, que representam o médico Adoris Loureiro Lopes, informaram que o atendimento prestado observou integralmente os preceitos médicos aplicáveis. A defesa mantém plena confiança no Judiciário para que os fatos sejam analisados e a situação seja esclarecida de forma definitiva.

Entenda o caso

O bebê Miguel Nunes Costa Reis, de 35 dias, foi levado pelos pais para uma consulta de rotina com o médico Adoris Loureiro em uma clínica particular de Vila Velha, em junho de 2025. Segundo o pai, o advogado Ronaldo dos Santos Costa, o bebê havia sido diagnosticado anteriormente com refluxo, e o profissional havia sido indicado como especialista no assunto.

No depoimento prestado à polícia, o pai afirmou que o bebê chorava no início da consulta, e o médico orientou que a mãe o amamentasse. Após o aleitamento, o médico iniciou a avaliação retirando a fralda e a roupa da criança. Ao perceber que o bebê havia evacuado, teria decidido dar um banho no consultório.

Ronaldo relatou que, em seguida, o médico “virou o bebê de cabeça para baixo” e disse: “Vou mostrar como se dá banho em criança”. Ele afirmou que o profissional colocou o recém-nascido sob a torneira com água fria, mesmo após a mamada. “Meu filho estava aos prantos. Quando o médico voltou da pia, já veio com ele roxo”, disse o pai em depoimento.

Ainda segundo o relato, ao notar a gravidade da situação, o pai abriu a porta do consultório e pediu ajuda. A atendente teria acionado o Samu. Após a chegada do socorro, o médico, segundo a polícia, voltou a atender os outros pacientes que aguardavam pela consulta.

 

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