*Com informações do portal ES360
O vereador de Vila Velha Devacir Rabello (PL) foi denunciado pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) por homofobia. Os ataques ao público LGBTQIAPN+ ocorreram durante um discurso do parlamentar, que foi posteriormente publicado em suas redes sociais.
Segundo a denúncia, no dia 5 de fevereiro de 2025, o parlamentar utilizou sua conta pessoal para um discurso que induziu e incitou o preconceito contra pessoas com diferentes orientações sexuais. Ele afirmou que manifestações da comunidade LGBTQIAPN+ “não se tratam de uma ação cultural para o município” e descreveu esse grupo com termos pejorativos, como “capeteiro” e “pandemônio”. Além disso, associou a comunidade à prática de vilipêndio, que é o ato de desrespeitar, humilhar, menosprezar ou ofender determinado grupo ou pessoas.
“Durante seu discurso, o denunciado afirmou que a 1ª Parada LGBTQIA+, a ser realizada na Região 5, não é cultura para o município de Vila Velha, pois ‘essas pessoas enfiam crucifixo no ânus, essas pessoas queimam a Bíblia’”, cita um trecho da ação do MPES. Mais adiante, o vereador declarou: “essas pessoas desses movimentos, dessas paradas gays LGBTQIA+, X, Y, Z praticam vilipêndio. Muito me admira que esse recurso seja usado para parada LGBTQIA+, tantas formas de fazer cultura na cidade e nós temos aí esse capeteiro, esse pandemônio”.
Ainda de acordo com o MPES, no vídeo publicado pelo vereador, são reproduzidas imagens sem contexto, enquanto ele reforça sua posição contra o financiamento público de eventos LGBTQIA+. Em sua fala, ele diz: “Não podemos aceitar que o dinheiro público patrocine eventos LGBTQIA+. E vocês vão ver! Se acontecer esse evento na cidade de Vila Velha, no outro dia eles estarão mostrando as genitálias, vão queimar a Bíblia, enfiando crucifixo no ânus. Anote o que estou falando com vocês, gente. Esse capeteiro, esse pandemônio nós temos que proibir em Vila Velha.”
À reportagem do portal ES360, o vereador Devacir Rabello informou que ainda não foi notificado da denúncia e reforçou sua posição contrária à destinação de recursos públicos para eventos como paradas LGBTQIAPN+. Ele destacou que, além de ter apresentado um projeto que proíbe o uso de dinheiro público para esse tipo de evento, outra proposta impede a participação de crianças nessas manifestações.
“No meu discurso, afirmei que parada gay não é cultura porque o dinheiro que está sendo destinado pelo governo federal é para a cultura. E nós não entendemos que parada gay seja cultura ou traga benefícios para a cidade. A intenção é proteger as crianças. No vídeo que publiquei na internet, fiz questão de mostrar imagens de paradas gays ao redor do mundo. Baseei-me nessas imagens, que mostram o que acontece nesses eventos. Fui eleito para defender aquilo em que acredito”, afirmou o vereador.
