Veja quem são os paratletas que vão representar o ES nas Paralimpíadas

Oito paratletas vão representar o Espírito Santo nos Jogos Paralímpicos de Paris. A competição já começa nesta quarta-feira (28) e vai até o dia 8 de setembro, na capital francesa.

Além dos oito competidores, também foram chamados o atleta-guia Fernando Martins e o apoio do tiro esportivo Mario Pinheiro Junior.

No total, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) convocou 280 competidores, a maior delegação já anunciada para uma edição dos Jogos fora do Brasil.

Veja os paratletas que vão em busca de medalhas para o ES:

ATLETISMO

Daniel Mendes

Foto: Divulgação CPB

Daniel Mendes é natural de Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo. Ele vai participar de sua quarta edição dos Jogos Paralímpicos neste ano.

O atleta trabalhava em uma marmoraria e sofreu um grave acidente em 2002, que provocou o afundamento do crânio e o fez perder a visão. Em 2005, ele conheceu o atletismo a convite de uma professora da União de Cegos Dom Pedro II (Unicep), em Vila Velha e se apaixonou pelo esporte.

Além das três medalhas paralímpicas no currículo (ouro e bronze, no Rio, em 2016, e prata em Londres, 2012), o velocista da classe T11 (para atletas com deficiência visual) chega em Paris com o ‘status’ de maior medalhista da Seleção Brasileira na história da competição. Ao todo, foram oito medalhas em Mundiais na carreira de Daniel, sendo dois ouros, três pratas e três bronzes.

Lorraine Aguiar

Foto: Divulgação

No atletismo T12 o Espírito Santo também estará representado por Lorraine Aguiar, que vai para Paris em busca de medalhas.

Na infância, Lorraine teve um câncer raro que afeta a retina. Quando ainda criança, foi submetida a uma extração do globo ocular esquerdo e ficou com sequelas no olho direito.  Ela conheceu o esporte paralímpico em um projeto de Vitória, a convite de sua professora, que a apresentou o goalball e migrou para o atletismo meses depois.

Entre as conquistas da capixaba, destacam-se a prata nos 100m e nos 400m, e o bronze nos 200m, no Mundial de Kobe 2024; bronze nos 100m e 200m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; ouro nos 100m, 200m e 400m no Open Internacional de atletismo em 2023.

Marcos Vinícius de Oliveira

Foto: Divulgação

Nascido em Jaguaré, no Norte do Espírito Santo, Marcos Vinícius de Oliveira está no atletismo desde 2016 e coleciona medalhas importantes em competições nacionais e internacionais.

Na infância, Marcos foi diagnosticado com ceratocone e retinose pigmentar após perceber que não conseguia enxergar o quadro na escola. Conheceu o esporte paralímpico em uma instituição para cegos e começou a praticar atletismo e goalball, modalidade em que representou o Espírito Santo nas Paralimpíadas Escolares de 2010. Em 2016, decidiu seguir carreira no atletismo.

Entre as principais conquistas do capixaba, destacam-se a prata nos 100m e 400m nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023; ouro nos 400m no Campeonato Brasileiro 2022 e 2023; ouro nos 400m no Open Internacional 2023.

NATAÇÃO

Mariana Gesteira e Patrícia Pereira

Mariana Gesteira e Patrícia Pereira | Foto: Divulgação Sesport

Apesar de não terem nascido no Espírito Santo, as nadadoras Mariana Gesteira e Patrícia Pereira, que moram e treinam no estado desde muito novas, vão em busca de medalhas representando os capixabas nos Jogos Paralímpicos.

Mariana Gesteira é do Rio de Janeiro e nasceu com a Síndrome de Arnold-Chiari – uma malformação rara que acomete o sistema nervoso central, gerando dificuldades de equilíbrio e perda de coordenação. A paratleta é um dos destaques da natação mundial. Além de inúmeras medalhas em competições nacionais e internacionais, ela já bateu o recorde das Américas, com o melhor tempo do mundo nos 50m livres de 27.98 segundos.

Já Patrícia Pereira, que treina no Clube Alvares Cabral, em Vitória, ao lado de Gesteira, nasceu em Minas Gerais, mas carrega as cores do Espírito Santo no coração. Ela vai para a sua terceira Paralimpíada em busca de mais medalhas.

A paratleta ficou tetraplégica após ser baleada no pescoço durante um assalto a uma casa lotérica onde trabalhava. Depois que descobriu a natação, não largou mais o esporte. No Rio, em 2016, e em Tóquio, em 2021, a paratleta conquistou, respectivamente, medalhas de prata e bronze.

VÔLEI SENTADO

Luiza Guisso Fiorese 

Foto: Divulgação

A capixaba Luiza Guisso Fiorese, natural de Venda Nova do Imigrante, vai representar o Espírito Santo nas competições de Vôlei Sentado.

Aos 15 anos, Luíza teve um osteossarcoma no fêmur esquerdo e precisou substituir parte dos ossos da perna por uma endoprótese. A atleta praticava handebol, mas parou devido ao tratamento médico.
Em novembro de 2018, uma das jogadoras da Seleção Brasileira de vôlei sentado viu Luiza em um programa de televisão e entrou em contato com ela. Neste período, a capixaba havia feito duas cirurgias e, em março de 2019, aceitou o convite para conhecer a modalidade e se apaixonou pelo esporte.

Ela já conquistou um ouro no Mundial da Bósnia 2022 e foi bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.

Thiago Costa dos Santos 

Foto: Alessandra Cabral/CPB

Também representando o Espírito Santo no Vôlei Sentado, desta vez no masculino, está Thiago Costa dos Santos, capixaba de Vila Velha que atualmente é o melhor jogador do País na modalidade.

Tetracampeão brasileiro, ele conquistou o prêmio de MVP (jogador mais valioso) na última temporada pelo Paulistano.

Thiago teve a perna esquerda amputada em 2006, após sofrer um acidente de ônibus. Aos 10 anos de idade ele deixou o Espírito Santo e descobriu o esporte paralímpico em São Paulo.

TIRO ESPORTIVO

Bruno Stov Kiefer 

Natural de Vitória, capital capixaba, o atleta Bruno Kiefer vai em busca de medalhas no Tiro Esportivo SH2.

Devido à demora para nascer, ele ficou com paralisia cerebral que afeta os movimentos dos membros inferiores e superiores, especialmente o lado direito do corpo. A história dele no esporte começou quando uma pessoa o abordou na rua e o convidou para praticar o tiro esportivo. A primeira convocação foi em fevereiro de 2018 e desde então, foram muitas as conquistas:

Bronze R4 Carabina de Ar – 10 m – posição em pé SH2 no Mundial de Lima 2023; bronze na carabina de ar 10m e 50m misto nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; ouro na carabina de ar deitado e prata na em pé no Sul-Americano 2017, no Rio de Janeiro; além de outras em campeonatos internacionais.