As forças armadas da Ucrânia relataram neste domingo, 11, a recaptura da cidade de Blahodatne, no sudeste do país, que estava sendo ocupada por Moscou. Já a Rússia afirma que está conseguindo repelir os ataques de Kiev.
O confronto no campo de batalha no sudeste e as enchentes no sul da Ucrânia marcaram o mais recente capitulo na guerra da Ucrânia.
As forças ucranianas disseram ter expulsado os combatentes russos da vila de Blahodatne, na região parcialmente ocupada de Donetsk. A 68ª Brigada de Caça Separada da Ucrânia postou um vídeo no Facebook que mostrava soldados instalando uma bandeira ucraniana em um prédio danificado na vila.
Miroslav Semeniuk, porta-voz da brigada, disse à Associated Press que uma equipe de assalto capturou seis soldados russos depois de entrar em vários prédios onde cerca de 60 soldados estavam escondidos. “O inimigo continua nos bombardeando, mas isso não vai nos parar”, disse Semeniuk. “A próxima vila que planejamos recuperar é Urozhaine. Depois disso, (vamos prosseguir) mais ao sul.”
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, afirmou no sábado, 10, que as ações de contraofensiva ucranianas estavam em andamento. Mas enquanto a recaptura de Blahodatne apontava para um pequeno avanço ucraniano, os líderes ocidentais e ucranianos alertaram repetidamente que os esforços para expulsar as tropas russas de forma mais ampla devem levar tempo.
No domingo, o Ministério da Defesa da Rússia continuou a insistir que estava repelindo os ataques ucranianos na área. Moscou afirmou em um comunicado que as tentativas ucranianas de operações ofensivas nos eixos sul de Donetsk e Zaporizhzhia da linha de frente nas últimas 24 horas foram “malsucedidas”.
Vladimir Rogov, um funcionário instalado pela Rússia na região de Zaporizhzhia, insistiu que Blahodatne e duas outras cidades da região estavam divididas entre controle de Kiev e Moscou. No entanto, Rogov disse em um post no Telegram que os combatentes russos foram forçados a deixar a cidade de Neskuchne, na região de Donetsk. Em um vídeo, combatentes se identificando como membros de uma força voluntária ucraniana afirmaram ter tomado o vilarejo.
As forças de Kiev, apoiadas por sofisticados armamentos ocidentais e novas brigadas treinadas no Ocidente, atacaram vários eixos da linha de frente russa de mais de 960 quilômetros.
Esse é provavelmente o maior esforço até agora para expulsar as forças russas do território que tomaram desde a invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado. Depois de meses na defensiva, as forças ucranianas na quinta, 8, e sexta-feira, 9, intensificaram significativamente os ataques, com o objetivo de romper as linhas russas.
Feridos nas enchentes
De acordo com Andri Yermak, chefe de gabinete do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, seis pessoas ficaram feridas depois que as tropas de Moscou abriram fogo contra um barco que retirava pessoas de áreas ocupadas pelos russos para territórios controlados pela Ucrânia. Os feridos foram levados às pressas para o hospital na cidade de Kherson, no sul, na margem oeste do rio Dnieper.
Muitos civis disseram que as autoridades russas nas áreas ocupadas estavam forçando as pessoas retiradas a apresentar passaportes russos antes de levá-los para um local seguro. Desde então, muitos barcos saíram de áreas controladas pelos ucranianos na margem oeste do rio – que está inundado desde o rompimento de uma barragem na terça-feira, 6, para resgatar civis presos em telhados.