Suspeitos de abusar de jovens em grupo de oração são presos

Vítimas relataram que um dos homens do grupo se apresentava como alguém "possuído" e ameaçava os jovens, forçando-os a manter relações sexuais

Por Redação
Foto: Divulgação/PCES

Três homens, sendo dois de 18 e um de 19 anos, foram presos em Cariacica suspeitos de abusarem sexualmente de jovens de um grupo de oração. Segundo as investigações, os suspeitos se aproveitavam de uma relação de confiança com as famílias das vítimas e utilizavam o contexto religioso para cometer os crimes.

De acordo com a polícia, os homens frequentavam diversas igrejas evangélicas e organizavam grupos de oração. Inicialmente, esses encontros incluíam adultos, mas logo passaram a ser restritos aos jovens, com idades entre 13 e 18 anos.

Vítimas relataram que um dos homens do grupo se apresentava como alguém “possuído” e ameaçava os jovens, forçando-os a manter relações sexuais sob a justificativa de que a “possessão” poderia piorar caso não obedecessem. Segundo a polícia, as vítimas eram coagidas a se automutilarem e a enviarem fotos nuas, sob ameaças de morte a elas e a seus familiares.

Familiares perceberam mudança de comportamento das vítimas

As investigações apontaram que os abusos começaram no final de 2023 e foram descobertos apenas em outubro de 2024, após o celular de uma das jovens ser inspecionado pelos familiares.

No dia 18 de dezembro, seis famílias foram ao Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) para registrar as ocorrências, após perceberem mudanças de comportamento em seus filhos e encontrarem conversas suspeitas em seus celulares.

A polícia recebeu a denúncia e, após investigações, solicitou as prisões dos suspeitos, que ocorreram no dia 23 de dezembro. Um dos presos inicialmente se apresentou como vítima, mas logo foi identificado como um dos autores dos crimes.

Vítimas eram ameaçadas constantemente

Segundo a polícia, uma adolescente de 17 anos, namorada de um dos homens investigados, também estava envolvida. Ela coagia as jovens a comparecerem aos encontros, utilizando carros de aplicativo para transportá-las. Enquanto os autores estavam presos, ela ameaçava as vítimas para que não falassem sobre os abusos.

Nove vítimas foram identificadas, incluindo dois meninos que também foram obrigados a manter relações sexuais com as meninas. A polícia informou que todas as vítimas receberam atendimento psicológico pelo setor psicossocial e, agora, as investigações continuam para identificar outras quatro vítimas, que tiveram apenas seus primeiros nomes mencionados.

Os crimes cometidos pelos suspeitos incluem estupro, induzimento à automutilação e solicitação de fotos impróprias de menores. Os suspeitos não tinham passagens pela polícia e não reagiram à prisão, mas alegaram que estavam “possuídos”. Enquanto os três homens estão detidos, a adolescente de 17 anos segue em liberdade, visto que a justiça entendeu que não era necessária a internação da jovem.

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