Luan dos Santos Braz, de 29 anos, foi preso nesta quarta-feira (12) em uma área de mata em Nova Almeida, na Serra, três dias após assassinar a administradora Rayana Bittencourt de Oliveira Rios da Silva, de 36 anos. Segundo a Polícia Civil, o crime, ocorrido no último domingo (9), foi motivado por ciúmes.
De acordo com a delegada Raffaella Aguiar, chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), a prisão ocorreu após uma denúncia anônima que levou os policiais até o local onde o suspeito estava escondido.
No dia do crime, Rayana e Luan saíram para comemorar a compra de um carro em um bar, acompanhados do filho mais novo da vítima. Durante o encontro, o suspeito teria iniciado uma discussão por ciúmes.
“Ele percebeu que dois homens começaram a olhar para ela. Não sabemos se isso de fato ocorreu ou se foi apenas uma suposição da cabeça dele, mas, segundo as investigações, a briga começou por causa desse ciúme excessivo”, explicou a delegada.
Após o desentendimento, o casal voltou para casa por volta de 0h30. Pouco depois, uma nova discussão teve início quando Luan encontrou fotos do ex-companheiro de Rayana e tomou o celular da vítima.
“Ele se apossou de uma faca e passou a tortura a vítima”, relatou Raffaella.
Vítima pediu socorro à filha antes de morrer
Por volta das 3h da manhã, Rayana enviou mensagens à filha, de 19 anos, pedindo ajuda. Em uma das mensagens, alertou que, se algo acontecesse com ela, o responsável seria Luan.
“Ela conseguiu mandar imagem e até um pequeno áudio”, contou a delegada.
Ao perceber a gravidade da situação, a jovem foi até a casa da mãe para tentar socorrê-la. Quando chegou, encontrou o suspeito torturando Rayana. A filha tentou intervir, mas foi empurrada. Nesse momento, a vítima conseguiu fugir para a rua.
Um motorista de aplicativo que havia levado a filha da vítima até o local tentou intervir e foi atacado com uma facada no tórax. Mesmo ferido, o homem conseguiu pilotar a própria moto até um hospital, onde recebeu atendimento médico.
Após o crime, Luan fugiu do local. Rayana foi levada à UPA de Castelândia, mas não resistiu aos ferimentos. Ela trabalhava como administradora e deixa quatro filhos.
Suspeito não demonstrou arrependimento
Durante o interrogatório, segundo a delegada, Luan demonstrou frieza e ausência de remorso.
“Perguntei a ele como conseguiu cometer um crime assim sabendo que a criança estava ali. Ele respondeu que a criança estava tranquila, assistindo televisão”, contou.
O suspeito também é acusado de ter levado o celular da vítima, mas nega o fato.
Ainda conforme a Polícia Civil, Luan já havia sido preso por violência doméstica contra Rayana no estado do Rio de Janeiro. Em agosto deste ano, ele também teria praticado outra agressão contra a vítima no Espírito Santo.
A delegada reforçou o alerta para que mulheres em situações de violência procurem ajuda.
“Precisamos ficar muito atentos aos sinais, principalmente quando a agressão física já começou. Nós, da Polícia Civil, orientamos que, ao primeiro sinal, seja aquele controle sobre com quem você fala no celular, sobre a roupa que veste, sobre os lugares que frequenta ou as amizades que mantém , ou quando já há agressões verbais, físicas ou financeiras, que procure ajuda. Procure qualquer uma das delegacias, procure o Ministério Público. Há uma rede de apoio muito grande às mulheres em nosso estado”, destacou.





