Suplente de senadora do ES será suplente de candidata ao Senado Flávia Arruda do DF

A cada quatro anos os eleitores escolhem os candidatos que ocuparão o Senado por mandatos de oito anos. São escolhidos juntamente com o candidato eleito dois suplentes, ocupantes dos cargos em caso de afastamento do titular por: doença, morte, cassação, renúncia ou ainda quando o Senador decide assumir outros cargos, como o de Ministro de Estado, por exemplo.

Por isso, cada candidato ao Senado precisa cadastrar, além de sua candidatura, a candidatura de dois suplentes – também intitulado popularmente como político sem voto -, os quais, na maioria das vezes são desconhecidos do eleitor. Entretanto, ao assumir o cargo, o suplente recebe todos os benefícios que cabem ao Senador titular, como salários e auxílio-moradia.

Importa destacar que, na atual legislatura, 16 dos atuais 81 Senadores chegaram ao cargo pela suplência, representando cerca de 20% do Senado Federal, caso formassem uma única bancada, seriam juntos, a segunda maior da casa, estima-se que mais de 16% dos votos registrados em Plenário foram dados por suplentes, muitos em votações polêmicas.

Grande parte dos suplentes não tem qualquer experiência parlamentar ou militância político partidária, daí a falta de vínculo com o Estado pelo qual “ganhou” a vaga, mesmo exercendo a suplência de um político conhecido.

Nesse cenário, uma cena curiosa se apresenta na eleição deste ano: um suplente da Senadora Rose de Freitas (MDB) do Estado do Espírito Santo, o empresário Luiz Osvaldo Pastore, cuja atividade empresarial está concentrada em São Paulo, e que já tinha sido no passado suplente do falecido Senador Gerson Camata (MDB-ES), foi inscrito para disputar o cargo como primeiro suplente da Deputada Federal e ex-Ministra Flávia Arruda (PL-DF) do Distrito Federal.

Não se tem conhecimento de nenhum vínculo político do candidato suplente com o Distrito Federal, mas, em pronunciamento no plenário do Senado, o candidato, que está no exercício do cargo substituindo a senadora Rose de Freitas (MDB-ES), afirmou que seu pai foi marceneiro e trabalhou na construção de Brasília na década de 1950, sendo convidado por Juscelino Kubitschek para produzir móveis para uso no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e em Ministérios, e, até mesmo o púlpito onde discursam os Senadores.

Além desse vínculo familiar que remonta há mais de 60 anos, nenhuma outra motivação direciona o candidato a qualquer movimento da política capixaba ou brasiliense, denotando que o instituto da suplência, como já se propõe em diversos projetos apresentados, poderá vir a ser extinto. Cabe registro, ainda, o fato de o candidato a suplente de Senador haver declarado ao TSE um patrimônio de mais de R$ 453 milhões, sendo assim o segundo candidato com maior declaração de bens entre todos os cargos disputados nas eleições.