Em assembleia realizada nesta sexta-feira (10), os servidores públicos do Espírito Santo decidiram manter a greve iniciada na última terça-feira (7). A paralisação, segundo o sindicato da categoria, já começa a impactar a prestação de alguns serviços, como a emissão de documentos, entre eles, Carteira Nacional de Habilitação (CNH), licenças ambientais e documentos escolares, como históricos e declarações.
Segundo o sindicato da categoria, a mobilização atinge 53 cidades capixabas. A decisão foi tomada por ampla maioria, em uma assembleia com grande participação presencial e online. Os servidores deliberaram pelo reforço do movimento na próxima semana, com ampliação das atividades durante todos os dias, começando por uma ação pública neste sábado (11).
A presidente do Sindipúblicos, Renata Setúbal, afirmou que a mobilização continua firme. “A greve continua nas ruas e nas redes, impulsionada pela ausência de negociação e pela busca por reconhecimento profissional. Vamos juntos conquistar nossa reestruturação”.
Segundo ela, o sindicato apresentou ao governo, há cerca de seis meses, uma proposta com as seguintes reivindicações.
. Reajuste linear de 35% para os servidores das 32 carreiras integrantes da base do Sindipúblicos. Segundo a presidente do sindicato, de 2002 a 2024, as categorias acumulam uma perda salarial de 50%;
. Maior equilíbrio entre os salários de servidores de nível médio, técnico e superior. “Hoje, há uma grande disparidade em função do grau de escolaridade”, afirma Setúbal. Nesse sentido, o sindicato pede: (i) que o servidor de nível técnico ganhe 70% do que ganha o de nível superior (hoje ganha 49%, de acordo com o Sindipúblicos); (ii) que o servidor de nível médio ganhe 50% do que ganha o de nível superior (hoje ganha 35%, pelos cálculos do sindicato).
Tadeu Guerzet, diretor de Comunicação do Sindicato, ainda pontuou sobre o tratamento desigual que os servidores são tratados pela admistração. “Na hora de pagarmos impostos, de cobrar nossa previdência, somos uma só categoria. Mas, para nos valorizar, o governo tem tratado categorias diferenciadas, algumas com mais e outras com nada, como nós. Todos merecem o mesmo respeito e valorização. Não vamos mais aceitar essa discriminação”.
Órgãos e autarquias atingidos pela greve
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Seger: Técnico de Suporte em Desenvolvimento Rural, Analista do Executivo, Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Assistente de Gestão.
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Sedu (Educação): Agente de Suporte Educacional.
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Secult (Cultura): Músico de Orquestra Superior.
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ARSP (Agência de Regulação): Especialista em Regulação e Fiscalização.
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Detran-ES: Agente de Trânsito.
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DIO-ES (Imprensa Oficial): Técnico de Serviços Gráficos.
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IASES (Socioeducativo): Técnico Superior Socioeducativo.
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IDAF: Técnico de Fiscalização e Desenvolvimento Agropecuário, Tecnólogo em Saneamento Ambiental e Fiscal Estadual Agropecuário.
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IEMA (Meio Ambiente): Guarda Ambiental, Técnico em Desenvolvimento Ambiental e Recursos Hídricos, Tecnólogo em Saneamento Ambiental e Agente de Desenvolvimento Ambiental e Recursos Hídricos.
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Incaper: Técnico em Desenvolvimento Rural, Agente de Extensão e de Pesquisa e Inovação em Desenvolvimento Rural.
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IPAJM (Previdência): Assistente Previdenciário, Assistente Social Previdenciário, Médico Perito e Psicólogo Previdenciário.
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Ipem: Agente Fiscal de Gestão, Metrologia e Qualidade.
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Jucees: Técnico e Analista de Registro Empresarial.
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DER-ES: Assistente Operacional, Técnico Operacional e Técnico Superior Operacional.