Secretário-geral da ONU defende pauta de Lula e cobra reforma no Conselho de Segurança

Por Mariana Cicilioti

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, defendeu neste domingo (17) a reforma das instituições do sistema multilateral, pauta idealizada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a autoridade, a mudança na estrutura e métodos da governança global é “um pilar essencial”.

“O Conselho de Segurança corresponde ao mundo de 1945. Para dar exemplo, são três países europeus que são membros permanentes. Não há nenhum país africano. Portanto, não corresponde ao mundo de hoje. Por um lado, há uma grande ineficiência por causa das divisões geopolíticas. Por outro, há o problema de legitimidade por não representar a realidade dos nossos tempos”, disse Guterres.

“Nas discussões, um dos aspectos centrais é a necessidade de reforma. Nesse caso, tem a ver com a entrada de novos países, nomeadamente do Sul Global, permanentes ou não permanentes. E ao mesmo tempo uma revisão dos métodos de trabalho para que seja mais eficaz. É um pilar essencial. A reforma do sistema multilateral é absolutamente indispensável para fazer face aos desafios do nosso tempo. E essa reforma tem que ser em nome da justiça. E em nome da justiça implica a presença dos países do Sul Global nessas instituições”, completou.

Instituído em 1948 para zelar pela manutenção da paz e da segurança internacional, o Conselho de Segurança da ONU tem cinco membros permanentes — China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia. Há ainda um grupo de dez membros não permanentes com mandatos de dois anos. Atualmente, os dez países que ocupam essas vagas são Brasil, Albânia, Equador, Emirados Árabes, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique e Suíça.

Uma das pautas idealizadas por Lula é de reforma em órgãos multilaterais, com maior presença de países africanos e de outras regiões, como Oriente Médio. O líder brasileiro já falou, inclusive, em apresentar proposta de convocação de conferência para revisar a Carta Magna da ONU. O tema também está entre os eixos da presidência brasileira do G20, que se encerra na terça-feira (18), com o final da cúpula dos líderes. A partir de 1º de dezembro, o grupo terá o comando rotativo da África do Sul.

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