Recuperado da covid, Dinho fala sobre o futuro do Capital Inicial

Por Redação

O Capital Inicial estava em meio aos preparativos para a turnê de 20 anos de seu histórico Acústico – chancelado em 2000 pela MTV -, que previa 20 shows pelo Brasil, quando o vocalista Dinho Ouro Preto testou positivo para o novo coronavírus.

Agora recuperado, Dinho conta que, no início, teve febre, mas não apresentou outros sintomas característicos da doença, como dor de garganta e falta de ar. Por isso, num primeiro momento, o músico não achou que tivesse sido infectado pela covid-19.

No entanto, como a febre não cessava, decidiu ir ao hospital. “Os sintomas que eu tinha me lembravam dengue: dor do corpo, dor de cabeça, dor nos olhos, nas articulações. Achei que fosse dengue ou uma das outras gripes. O médico perguntou: está com dificuldade de respirar, tosse? Não. Fizemos o teste e deu positivo”, diz Dinho, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, por telefone, de seu sítio, no interior de São Paulo.

Foram 14 dias de febre, pelas suas contas. “Tem um momento, lá pelo no 8º, 9º dia, que dá uma piorada.” Foi quando começou a sentir dificuldade para respirar. “Fiquei torcendo para vencer aquilo e não precisar ir ao hospital. E consegui.” Dinho ficou isolado em casa, com a família. “Eu descia, ficava na sala de leitura que tem na nossa casa, sozinho, lendo o dia inteiro”, diz. “Acho que a família inteira pegou (o vírus). E só eu adoeci. É pavoroso. Todo mundo mantém distância, mas não toquei em ninguém, você também se resguarda, tenta proteger os outros. Você vê que não é uma gripezinha, é uma paulada.”

Retorno

Aos poucos, o músico, de 56 anos recém-completados, está voltando a cantar e tocar. E, nesse processo de retorno, começou a fazer lives no Instagram – a próxima será com o Capital Inicial no dia 3 de maio, às 20h, e, segundo ele avisa num post, “tudo vai ser feito de acordo com protocolos e regras sanitárias”. Mas ainda enfrenta algumas limitações. “Não consigo correr, por exemplo, fui tentar correr e não consegui. E, para cantar, sinto que minha voz ainda não voltou. Então, pequenas coisas ligadas à minha capacidade respiratória, tenho impressão que ainda não voltaram totalmente. Mas, fora minha capacidade pulmonar, o resto, sim”, afirma. “Acho que talvez fosse pior se eu não tivesse tão bem condicionado, porque eu corria diariamente.”

Em 2009, Dinho já havia passado por outro momento delicado na vida. Durante um show em Minas, ele caiu de costas do palco, de uma altura de mais de 3 metros, e sofreu traumatismo craniano. Como ele lida com essas situações? “Tanto na queda do palco quanto agora, acabo lidando com a situação que tenho que enfrentar, e vou tentar vencer. E, por algum mistério, essas coisas me acontecem o tempo todo: já tive dengue, gripe suína… (risos) Quando acontecem essas coisas, fico mais preocupado em vencer o obstáculo que está na minha frente”, ele responde. “Não fico pensando: posso morrer. Também não quero passar a figura de que sou valente. Não é isso. Muito pelo contrário: sou muito hipocondríaco. Mas, na hora em que você está ali envolvido, com uma infecção, uma doença, um acidente, eu ao menos fico preocupado em vencer aquilo e deixar para trás.”

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