Os incêndios florestais registrados no País até setembro afetaram diretamente 18,9 milhões de pessoas e resultaram em R$ 2 bilhões em prejuízo econômico, revela levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) divulgado na quinta-feira, 3. De acordo com o estudo, 684 municípios estão em situação de emergência em virtude dos incêndios florestais. As perdas financeiras aos municípios são parciais e são atualizadas periodicamente, segundo a CNM.
Em 2023, em igual período, os incêndios haviam atingido 43 municípios, afetando 12,7 mil pessoas e ocasionando R$ 36,1 milhões em prejuízo. A CNM destacou que, juntas, as perdas calculadas nos meses de agosto e setembro aumentaram 286.000% ante um ano antes. A confederação alerta ainda que 10,7 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas em virtude das queimadas registradas neste ano.
No período englobado pelo levantamento da CNM, de janeiro a setembro deste ano, o Brasil registrou 210.208 focos de incêndios de janeiro a setembro, 87% mais que em igual período do ano passado. É o maior número para o período desde 2010, segundo dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, defende a urgência da aprovação, pelo Congresso Nacional, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024, que institui o Conselho Nacional de Mudança Climática, a Autoridade Climática Nacional e o Fundo Nacional de Mudança Climática. “Precisamos adotar medidas estruturantes para o enfrentamento de desastres no Brasil”, argumentou Ziulkoski no levantamento, pedindo a apreciação da proposta ainda neste ano.