15 suspeitos dos ataques a ônibus em Vitória são detidos. “Isso nunca nos intimidou”, afirma governador

Em coletiva à noite na sede da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), o governador Renato Casagrande disse que os ataques aos coletivos na Grande Vitória foram “uma tentativa de intimidação. Estamos trabalhando com a inteligência. Isso nunca nos intimidou, não intimida e não intimidará a polícia”, disse. O governador informou que dez suspeitos de incendiar os ônibus foram detidos. Nesta quarta-feira, a Polícia Militar informou que  15 suspeitos de participar dos ataques em que seis ônibus foram incendiados e um foi metralhado, foram presos, entre os quais, quatro suspeitos de ordenar os ataques.

“Nós sabemos de onde está vindo esse comando, de que grupo está vindo este comando e a nossa polícia está controlando para que a gente possa alcançar não só aqueles que estão ali na operação de atear fogo nos ônibus, mas quem está dando as ordens para que isso possa acontecer”, afirmou.

Dois menores, com idades entre 16 e 17 anos, foram apreendidos pela guarda municipal na tarde desta terça-feira (11), no bairro São Pedro, em Vitória. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), eles confessaram a participação no incêndio em um ônibus no bairro Santo Antônio, na capital.

A pasta informou que os adolescentes deram entrada no Pronto Atendimento (PA) de São Pedro apresentando queimaduras. Ao fazer a identificação, a Polícia confirmou que os suspeitos participaram do crime.

Outros dois suspeitos foram apreendidos no ponto final do bairro Maria Ortiz, na região de Goiabeiras. De acordo com a Polícia Militar, eles estavam com galões de gasolina e pretendiam incendiar outro ônibus.

“Nós vamos manter a presença policial e a saturação para a segurança àquela comunidade para que possa ir para o trabalho ou escola de forma tranquila que tenhamos a presença efetiva da polícia nos locais”, afirmou o secretário de segurança pública do Espírito Santo, Márcio Celante.

Por meio das redes sociais, o governador do Estado, Renato Casagrande declarou que  ataques em retaliação às ações da PM não intimidarão as forças de segurança. “Nossos policiais continuarão agindo e defendendo a nossa população. Qualquer tentativa de intimidação será combatida imediatamente”, informou.

O prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, ressaltou a importância da atuação da guarda municipal no município. Segundo ele, a equipe impediu o fechamento da avenida Marechal Campos na manhã desta terça.

Entenda o caso

Quatro ônibus do Sistema Transcol foram incendiados na tarde desta terça-feira (11) e outros dois à noite. De acordo com a Polícia Militar, os ataques aos veículos são uma resposta de traficantes à ação policial ocorrida no bairro da Penha, na noite desta segunda-feira, quando o jovem de 26 anos, identificado como Jonathan Candido Cardoso, morreu no local. Ele seria um dos integrantes do tráfico local que entrou em confronto com a polícia.

Durante a manhã desta terça, outros ataques já tinham ocorrido na região. Um ônibus foi metralhado com mais de 30 tiros no bairro da Penha e um veículo de uma equipe de reportagem foi incendiado.

O que diz a Polícia Militar

A PM informou que recebeu uma denúncia anônima, na noite desta segunda-feira (13), de que um traficante procurado pela Justiça estaria próximo a escadaria Alexandre Rodrigues, no bairro Bonfim. Equipes do 1º BPM prosseguiram até o local, sendo recebidos a tiros por diversos indivíduos.

Após encerrado o enfrentamento à ação policial, os policiais progrediram e visualizaram no local um indivíduo que estaria ferido e em posse de uma arma de fogo. Os demais criminosos evadiram, se escondendo entre as residências. O indivíduo alvejado foi socorrido e levado Hospital Estadual de Urgência Emergência (HEUE) de Vitória. Posteriormente, o HEUE informou que ele veio a óbito.

No local, a polícia apreendeu uma pistola Canik calibre 9mm; dois carregadores de pistola Canik; além de munições.

Após levantamentos iniciais, a polícia informou que Jhonatan era fugitivo do sistema prisional e envolvido em outros crimes.