Qual a situação do Espírito Santo após um ano de pandemia?

Há exato um ano, no dia 5 de março, o Espírito Santo confirmava o primeiro caso do coronavírus em uma mulher de 37 anos vinda da Itália, que era um dos principais focos de transmissão no período. De lá para cá, segundo o Painel Covid-19 do governo estadual, quase 6.500 capixabas morreram por causa da doença, cujo impacto deve ser ainda maior até o mês de abril de 2021. Mas qual é a real situação do Estado neste momento?

Nesta quinta-feira (04), o Estado possuía 1.001 pessoas internadas em leitos de UTI e enfermaria, a maior quantidade desde 11 de janeiro, quando havia apenas um indivíduo a mais nesta condição. Apenas nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI), já são 554 pacientes, sendo que a última vez em que esse número chegou a mais de 500 foi em julho do ano passado.

No dia que marca a chegada do vírus em solo capixaba, a ocupação total dos leitos está em 74,03%, mas cerca de 81,91% da quantidade de vagas nas UTI’s está ocupada por pacientes em estado mais grave da doença. Em maio de 2020, o governador Renato Casagrande (PSB) afirmou que, se os leitos atingissem a marca de 80%, o comércio voltaria a ser fechado para conter aglomerações.

Especialistas afirmam que todo o país, inclusive o Espírito Santo, poderá entrar em colapso se novas medidas não forem adotadas. Um levantamento da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta semana, indicou que 19 das 27 unidades federativas do Brasil têm ocupação de leitos de UTI acima de 80%. Os dados comparam a situação das UTIs verificadas em 1º de março, em contraponto aos observados em 22 de fevereiro.

“Pela primeira vez desde o início da pandemia, verifica-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores, como o crescimento do número de casos e de óbitos, a manutenção de níveis altos de incidência de SRAG, a alta positividade de testes e a sobrecarga dos hospitais”, disse o boletim da instituição.

Vacinação

Embora esteja a passos lentos, uma das medidas para conter o avanço da Covid-19 no Estado é a vacinação. Até o momento, mais de 360 mil doses de imunizantes já chegaram ao Espírito Santo, tanto da Coronavac quanto da vacina de Oxford/Astrazena, e apenas 173.557 receberam alguma dose, conforme aponta o painel nacional do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao lado de outros onze governadores, Casagrande tenta negociar a adquirição de novos lotes diretamente com os laboratórios. Ele afirmou que o Estado possui cerca de R$200 milhões para obter novos lotes dos imunizantes. “Não temos as vacinas para comprar, mas, se tivéssemos, teríamos a capacidade de investir. Basta conseguimos essa parceria”, afirmou. Novas reuniões serão feitas com embaixadores da Índia e da China nos próximos dias. 

Por Maria Fernanda Conti