Um psicólogo de 49 anos foi preso no último dia 20, na cidade de Bom Jesus do Galho, em Minas Gerais, suspeito de abusar de crianças em uma clínica em Cariacica, na Grande Vitória.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito atendia crianças e adolescentes autistas. As vítimas, em sua maioria, eram pacientes meninas e não verbais.
O homem foi demitido da clínica no dia 28 de janeiro, após reclamações de pais de pacientes que apontaram a falta de paciência do suspeito com pacientes meninos. Além disso, ele já tinha sido advertido por trancar as salas de atendimento durante as consultas, procedimento que era proibido no local.
Após a demissão, uma das pacientes, uma criança de oito anos, revelou para a mãe que era abusada sexualmente durante os atendimentos. A mãe registrou a ocorrência na delegacia no dia 4 de fevereiro.
Psicólogo cobria as câmeras do local
A vítima explicou para a polícia como o homem praticava os abusos. “Ela narra em riqueza de detalhes que, durante o atendimento, a partir do momento que ele ia cometer esses abusos, ele tampava a câmera, cometia os abusos e depois tirava um papel ou uma toalha da câmera. A partir disso, a mãe foi até a clínica para verificar, porque todos os atendimentos dessa clínica são filmados”, explicou a delegada adjunta da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Gabriella Zaché.
Durante as investigações, a polícia teve acesso a dois meses de gravação dos atendimentos e verificou que em diversas consultas o homem agia da mesma forma.
Em depoimento, o suspeito negou os abusos e alegou que tampava a câmera para descansar ou para utilizar o celular, fato que, segundo a delegada, não procede, uma vez que o suspeito aparece mexendo no celular ou com o celular em cima da mesa em várias ocasiões.
Após ser demitido, o homem retornou a clínica para levar a irmã de um paciente, uma menina de oito anos, até uma sorveteria.
“Isso causou muita estranheza a clínica, que até falou com o pai que isso não era correto. E foi verificado que durante o atendimento ao irmão, de apenas 2 anos de idade e que é não verbal, essa criança de oito anos também participava dos atendimentos, mas não era paciente. A gente vê nos vídeos a intimidade que ele tinha com essa criança e com outros pacientes”, disse a delegada.
Prisão
A polícia explicou ainda que após o desligamento da clínica o suspeito se mudou para uma cidade de Minas Gerais, onde a irmã dele reside, em uma área rural de Bom Jesus do Galho. De acordo com a polícia, o homem já estaria desconfiado de que existia uma ocorrência contra ele após a ida até a sorveteria.