Programas de humor desaparecem por falta de bons redatores

Por Flávio Ricco  R7

Está certo que o momento não é para fazer graça, muito menos rir de qualquer coisa, porém é bem triste, por mais paradoxal, verificar que o humor foi reduzido a quase nada na televisão. Na televisão como um todo.

Rigorosamente, só a velha “Praça” do SBT ainda existe. Ou resiste e ainda assim, por força das circunstâncias, há mais de um ano sem apresentar programas inéditos.

Mas vale recordar o que Chico Anysio, insistentemente, dizia e repetia no passado, que a sobrevivência do humor na televisão dependeria muito do surgimento de novos redatores. Redatores especializados.

Este cuidado, o da renovação ou formação de novos valores, que a partir de um determinado período veio a existir na dramaturgia, com a preparação de novos autores, nunca foi colocado em prática no campo do humor.

Deu no que deu. Ainda temos bons comediantes, poucos é verdade, mas na maioria das vezes perdidos pela falta de bons textos.

Vai daí

Não por acaso a dificuldade da Globo em colocar um programa de humor de pé.

As últimas tentativas foram desastrosas. Já há algum tempo se ensaia um novo programa para as noites de sábado. É esperar para ver o que vem.

Vale lembrar

No seu primeiro momento, a televisão usou o rádio como grande celeiro.

Vários humoristas, que depois se consagraram no vídeo, vieram de lá.

Assim como sempre é oportuno destacar a diferença entre comediante e humorista.

Jô, Chico, Golias e Renato Aragão, entre outros, sempre se destacaram comediantes. Juca Chaves, Sérgio Rabelo e Ary Toledo, para ficar nos mais antigos, humoristas. Contadores de piadas.