Premier League vale pelo menos 100 vezes mais do que o brasileirão

Por Redação

A Inglaterra trouxe o futebol para o Brasil, e, como muitos dizem, o brasileiro mostrou aos inglês como se joga. A matéria-prima, o jogador, era algo intrínseco ao Brasil e não havia sistema econômico que o tirasse daqui.

Até o surgimento da globalização, a partir dos anos 90, o Brasil era vanguarda no futebol. Mas, com os tentáculos da economia se sobrepondo aos da cultura e aos da identidade, a tal globalização fez com que o futebol brasileiro, único pentacampeão mundial, se rendesse a ela.

Então, diante de um país enfraquecido em seu maior símbolo, como se um encanto de repente tivesse se desfeito, a Inglaterra passou a ensinar o Brasil, se não a jogar futebol, a organizá-lo.

Impôs, de forma clara, a evidência de que o dinheiro está falando mais alto, contrariando a tradição, a história, o legado dos grandes craques formados no Brasil. Ser pentacampeão mundial, neste momento, não enche barriga.

E a Inglaterra, que tem um único título mundial, conquistado de forma duvidosa naquela final contra a Alemanha, em 1966, ostenta um campeonato nacional, a Premier League, pelo menos 100 vezes mais valioso, do ponto de vista financeiro, do que o Brasil.

Especialistas garantem que o total de U$ 40 milhões (R$ 217 milhões) está sendo pago, para a transmissão internacional dos jogos do Campeonato Brasileiro, pelas empresas GSRM (Global Sports Rights Management), em relação a direitos para TV aberta, TV fechada, pay-per-view, internet e streaming, e pelo consórcio Zeus Sports Marketing/Stats Perform, no que se refere ao streaming para casas de apostas.

Só a Premier League, apesar de ter um modelo de transmissão diferente do brasileiro, irá faturar 4.2 bilhões de libras (R$ 31,1 bilhões) pela venda de direitos internacionais por três temporadas (2019-2022), aumentando em 1 bilhão de libras em relação ao triênio anterior.

Mudança de nome?

A partir disso, alguns publicitários se debruçaram na busca de soluções, já que, no futebol-negócio, o marketing se tornou uma determinante ferramenta de gestão e geração de receitas. O gol de placa, agora, está fora dos gramados. E as sugestões se multiplicam.

“É fundamental o futebol brasileiro ter uma marca global, para poder exportar seu produto, o campeonato nacional, valorizando-o cada vez mais. Tem que ser um produto com um nome atraente, trabalhado. Brasileirão, em português e com til, é uma palavra inacessível em outros idiomas. Para um americano, é algo complicado de falar”, diz o publicitário Paulo Beltrão, especialista em marketing esportivo.

Segundo o assessor da CBF, Fernando Torres, este tema foi discutido em várias reuniões e se constatou que, no momento, não há a intenção de mudar o nome já que o Brasileiro, que possui uma logomarca, pode, na opinião dos dirigentes, pegar carona no nome “seleção brasileira”, conhecido mundialmente.

Neste sentido, a CBF, que organizou a negociação mas não ficará com os recursos, tem trabalhado para ajudar os clubes a receberem pela transmissão internacional do Campeonato Brasileiro, mas dentro de um universo com valores muito mais baixos do que os do mercado europeu.

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