Embora os mosquitos sejam considerados incômodos para muitas pessoas, no Havaí eles representam uma tentativa de salvar espécies de aves. Buscando conter a disseminação da malária aviária, autoridades usam drones para liberar insetos machos, criados em laboratórios, nas ilhas.
Os mosquitos utilizados fazem parte de um projeto experimental que usa uma bactéria chamada Wolbachia. Quando os machos infectados acasalam com fêmeas selvagens, os ovos não eclodem, reduzindo gradualmente a população desses insetos.
A medida foi tomada porque a malária aviária, transmitida por mosquitos invasores, tem dizimado espécies locais. As mudanças climáticas também contribuem para isso, já que os mosquitos vão para as montanhas em dias de calor intenso, deixando as aves sem refúgio seguro.

“É uma marcha constante de mosquitos subindo à medida que as temperaturas permitem, e os pássaros sendo empurrados cada vez mais para cima até que não haja mais habitat em que possam sobreviver. Se não quebrarmos esse ciclo, vamos perder nossos pássaros-melíferos”, disse Chris Farmer, da American Bird Conservancy, em entrevista à CNN.
O projeto começou após anos de testes científicos e consultas à comunidade local. Inicialmente, as solturas eram feitas somente por helicópteros, mas, devido ao alto custo e difícil acesso ao terreno montanhoso, os drones passaram a ser usados para espalhar cápsulas biodegradáveis contendo os mosquitos.

Foto: National Park Service
Atualmente, cerca de um milhão de insetos são liberados por semana nas ilhas de Maui e Kauai. “Temos uma estimativa aproximada de quantos mosquitos existem na natureza, e tentamos liberar 10 vezes mais desses mosquitos Wolbachia, para que eles encontrem essas fêmeas e consigam acasalar com elas, impedindo que seus ovos eclodam”, explicou Farmer.
Embora os resultados não sejam imediatos, a iniciativa garante tempo para que os pássaros, tão famosos na cultura havaiana, possam se recuperar e se proteger da doença aviária transmitida pelos mosquitos invasores.





