Dois policiais militares, um policial civil e mais três pessoas foram presas na noite de quarta-feira (29) em Manaus, no Amazonas, suspeitas de envolvimento no transporte ilegal de 77 barras de ouro, totalizando 72,6 quilos, avaliadas em cerca de R$ 45 milhões.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), essa é a maior apreensão de ouro já registrada no estado.
O grupo foi flagrado por equipes das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), após uma denúncia anônima dizendo que uma família estaria sendo feita refém em uma casa próxima ao 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no bairro Parque Dez de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus.
Ao chegarem ao local, os policiais encontraram sete pessoas, entre elas os três agentes, dois homens que negociavam o ouro e um casal dono do imóvel.
O ouro teria vindo ilegalmente da Venezuela e estava sendo armazenado na casa. Segundo as investigações, os policiais, ao descobrirem sobre o ouro, renderam e amarraram as vítimas, planejando ficar com o material.
Durante a abordagem da Rocam, as vítimas foram encontradas no chão, e os agentes suspeitos apresentaram comportamento considerado suspeito. Após averiguação, foi constatado que os policiais estavam extorquindo as vítimas.
Quem são os policiais presos?
Os agentes presos foram identificados como sendo:
. Fellipe Pinto Ferreira, 45 anos, investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) desde 2018, atuava como chefe de investigação no 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Em abril deste ano, ele participou da prisão de um falso médico em Manaus.
. Antônio Temilson de Souza Aguiar, 40 anos, cabo da Polícia Militar (PMAM) desde 2011. Foi afastado da corporação após ser preso por porte ilegal de arma de fogo em agosto de 2024.
. Gilson Luna de Farias, 37 anos, também cabo da PMAM, admitido em 2011 e atualmente afastado por problemas de saúde.
Durante a ação, os policiais apreenderam dois veículos que seriam usados no transporte do ouro, além de: 1 carabina calibre 9mm com 2 carregadores; 3 pistolas calibre 9mm e 1 pistola calibre .40;
119 munições calibre 9mm e 13 calibre .40; 2 coletes balísticos; 8 celulares; 2 veículos: Volkswagen Tiguan (blindado) e Volkswagen T-Cross (com fundo falso); R$ 2.150 em espécie e 5 dólares.
Todo o material foi encaminhado para a sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amazonas.
O comandante-geral da PMAM, coronel Klinger Paiva, informou que a corporação já comunicou o delegado-geral da Polícia Civil e que será instaurado um inquérito policial.
A Polícia Federal também deve abrir investigação para apurar a possível participação de outros servidores públicos no esquema.
A Corregedoria da SSP-AM foi acionada e acompanhará o caso. Segundo Paiva, os policiais responderão a processo disciplinar e podem ser expulsos das corporações.
Do SBT News
