Polícia apreende armas e máscaras em casa de adolescente que ameaçava atentado contra escola

A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), cumpriu mandado de busca e apreensão, nesta terça-feira (8), na casa de um adolescente de 15 anos que ameaçava praticar um atentado contra a escola a qual estudava em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo. Na residência foram encontrados uma vasta quantidade de armas de pressão, facas, mochila tática e máscaras, materiais que poderiam ser utilizados em um futuro ataque.

De acordo com as investigações, o jovem falava nas redes sociais, em praticar o ataque a escola desde os 12 anos de idade. O delegado responsável pelo caso também revelou que o menor disse que as ameaças se tratavam de ‘brincadeiras’ e que sofria bullying na escola.

No celular do adolescente, os policiais encontraram materiais que faziam referência ao nazismo e vídeos de meninas se automutilando. “Ele confessou para os policiais que em um daqueles vídeos foi ele quem tinha pedido para a menina se automutilar”, explica o titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), delegado Brenno Andrade.

Ainda segundo a polícia, o adolescente informou que já havia praticado tiro esportivo junto com o pai (considerado crime, já que o filho é menor de idade). Durante a busca e apreensão, o pai do adolescente, um jornalista de 51 anos, chegou a ser preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo, mas foi liberado após pagamento de fiança de R$3 mil.

“Infelizmente, a gente percebe que, embora o pai esteja ciente dos problemas psicológicos do filho, diz que pagava muito dinheiro para fazer o tratamento, ele disse pessoalmente pra mim, que ele entendia que era coisa de adolescente. E a gente verifica, motivo pelo qual esses jovens muitas vezes acabam praticando essas ameaças, as vezes até mesmo efetivando o ataque, pela falta de fiscalização e orientação em casa e, infelizmente, por muitas vezes, pela permissividade dos pais”, completa o delegado.

A orientação da polícia é de que os pais sempre acompanhem o que os filhos fazem na internet e com quem eles conversam, para evitar esse tipo de crime. “Fiquem atentos a esses detalhes. A nossa ideia é a preservar vidas, porque nós vimos uma tragédia, fomos palco de uma tragédia no município de Aracruz. É muito triste pra nós darmos essa notícia, mas não podemos deixar que uma nova tragédia aconteça”, pontuou o delegado-geral da Polícia Civil (PCES), José Darcy Arruda.

A polícia agora vai apurar se o jovem compartilhava vídeos de teor criminoso e se ele agia junto com outras pessoas pela internet.