Um cachorro morto dentro de uma sacola plástica, jogada no lixo comum, chamou a atenção de moradores de Mimoso do Sul na última semana. A cena, registrada próximo ao restaurante Prato Quente, no Centro, levantou uma pergunta que costuma surgir apenas em momentos difíceis: afinal, é permitido descartar um animal no lixo na Grande Vitória? E o que deve fazer quem não tem condições de pagar por cremação ou sepultamento? O Portal ES360 entrou em contato com as prefeituras. Confira:
Vitória
Em Vitória, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente reforça que o descarte no lixo viola normas federais sobre resíduos de origem animal. O município não possui um protocolo específico para pets mortos sob responsabilidade do tutor, mas oferece uma alternativa para quem não tem condições financeiras: a entrega voluntária na Central de Serviços, no bairro Resistência, em horário comercial. O corpo é encaminhado para destinação ambientalmente correta no aterro sanitário.
Para animais encontrados mortos em vias públicas, a prefeitura mantém uma empresa contratada para recolhimento e descarte. Já clínicas veterinárias precisam recorrer a serviços particulares, com empresas especializadas que realizam o transporte e a destinação adequada.
Vila Velha
Em Vila Velha, a Prefeitura informa que não há serviço municipal para recolher animais domésticos mortos. O atendimento é restrito aos animais encontrados mortos nas ruas. A recomendação é não descartar o animal no lixo comum devido ao risco sanitário.
Serra
Na Serra, o atendimento é mais amplo: a Secretaria de Serviços oferece gratuitamente o recolhimento de animais mortos — desde cães e gatos até cavalos. A solicitação deve ser feita pelos telefones (27) 3251-5879 ou (27) 98136-0089, com endereço completo e ponto de referência.
Quando o animal morre em casa, a recomendação é procurar um cemitério de animais.
Cariacica
Em Cariacica, a destinação do corpo é responsabilidade do tutor. Em casos de óbito em casa, a orientação é procurar a clínica veterinária mais próxima, que pode indicar o procedimento adequado. Enterros irregulares podem ser enquadrados no Art. 54 da Lei Federal nº 9.605/1998, que prevê reclusão de um a quatro anos e multa para condutas que causem poluição com danos à saúde humana ou ao meio ambiente. O município recolhe apenas animais encontrados nas vias públicas. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) só atua quando há suspeita de doenças transmissíveis.
Serviços particulares disponíveis na Grande Vitória
Além das orientações municipais, há serviços particulares que oferecem alternativas para quem deseja ou precisa de cremação ou sepultamento.
O Céu de Patas Crematório Pet tem mais de oito anos de atuação ndo Espírito Santo. A empresa realiza cremação individual — na qual as cinzas são devolvidas para a família — ou coletiva. O atendimento funciona 24 horas, com remoção em residências e clínicas, além da possibilidade de entrega direta no local. As cinzas podem ser acondicionadas em urnas tradicionais, em modelos biodegradáveis que permitem plantio de sementes ou em urnas personalizadas produzidas em impressora 3D. A empresa também oferece lembranças afetivas, como colares, chaveiros, impressões de patinha e até cristais e diamantes produzidos com as cinzas. Os valores começam em R$ 530, com possibilidade de parcelamento sem juros. O crematório trabalha exclusivamente com cremação, método considerado mais seguro e sustentável que sepultamentos convencionais.
Outra opção é a Funerária Bom Pastor, que realiza cerimônias 24 horas. Eles oferecem serviços que variam conforme o peso do animal e o tipo de cremação escolhida. A cremação individual de pets de até 5 kg custa R$ 799, com entrega das cinzas à família. Para animais entre 15 kg e 30 kg, o valor sobe para R$ 1.049. A empresa também disponibiliza a opção de sepultamento, por R$ 1.600, independente do peso, incluindo remoção, ornamentação com flores e velório.
Segundo o diretor-presidente da Bom Pastor, Fagner Pimentel Zanon, o processo é pensado para acolher a família desde o início. “A despedida começa no nosso crematório, onde temos um velório e uma sala de homenagens para que a família faça a última despedida do seu ente querido. É um momento de muita reflexão, amor, gratidão e saudade”, afirma.
Zanon explica que, após esse momento, o corpo é levado para a câmara fria por, no mínimo, 24 horas — conforme exige a legislação — e só então segue para a cremação. Depois, as cinzas são entregues em urna à família. No fim, reforça que a cremação “é a forma mais digna, é a forma mais moderna, é a forma mais ecológica, é a forma mais econômica e a forma que mais traz conforto emocional para as famílias que estão vivendo o momento de dor”.
