PM manda jovem levantar a saia durante abordagem no ES

O vídeo da ação policial provocou reações divididas nas redes sociais

Por Redação
Foto: Reprodução TV SIM SBT

Uma abordagem policial realizada no Bairro das Laranjeiras, na Grande Jacaraípe, na Serra, tem gerado polêmica e levantado dúvidas sobre a conduta dos policiais envolvidos. As imagens de uma câmera de videomonitoramento, registradas na madrugada do dia 11 de maio deste ano, mostram dois policiais abordando um grupo de pessoas na Avenida Guarani. A gravação só veio a público recentemente e ganhou grande repercussão nas redes sociais.

Na cena, três homens aparecem com as mãos apoiadas na parede, enquanto uma jovem está posicionada ao lado deles. Um dos policiais inicia a revista na mulher, que mostra um documento e alguns pertences. Apesar disso, o agente pede que ela levante a saia várias vezes e gire o corpo em 360 graus.

Em seguida, chega a apalpar as nádegas da jovem. A ação dura alguns minutos e, em determinado momento, o policial percebe que há uma câmera no local e encara o equipamento com aparente surpresa. Ao final da abordagem, sem que nada ilícito seja encontrado, o grupo é liberado.

Veja:

O vídeo da abordagem provocou reações divididas nas redes sociais. Enquanto alguns defenderam a atuação da polícia, outros consideraram o procedimento abusivo, especialmente em relação à abordagem feita à jovem.

A reportagem da TV Sim/SBT ouviu o especialista em segurança pública, Rusley Medeiros, que após analisar as imagens, destacou que existem formas específicas e legais para conduzir revistas, principalmente em mulheres.

“A ação de busca pessoal é legítima por parte da polícia, mas nós temos limites a serem respeitados. O primeiro limite ali é que uma mulher, em tese, precisa ser revistada por outra mulher. É claro que isso é a regra, existe a exceção. Em determinada situação, ou horário, que não seja possível acionar uma policial feminina, é possível que um homem faça essa revista. Mas essa revista pessoal não pode constranger e atacar a dignidade de ninguém. Pedir que a pessoa levante a saia, que rode, isso constrange a pessoa”, destacou Rusley.

“Se houvesse garantia de segurança, ele poderia ter acionado outra viatura, composta por uma policial feminina, mas se isso não fosse possível, ele mesmo poderia ter feito a revista pessoal, obedecendo e observando os procedimentos, garantido a dignidade dela, e aí ela não precisaria levantar a saia”, afirmou o especialista.

Ele também reforçou que investir na formação e capacitação dos agentes de segurança é essencial para evitar excessos e garantir abordagens dentro dos parâmetros legais e éticos.

“Eu acredito que a educação pode transformar o processo de atuação da polícia. Não é que não tenha essas formações, mas talvez essas formações não sejam adequadas e não estejam atingindo o objetivo fim que é garantir que a polícia seja uma instituição democrática a serviço e garantindo proteção à população”, finalizou.

Em nota, a Polícia Militar informou que já tomou ciência do fato e que “adotará as providências cabíveis para investigar os acontecimentos”.

 

* Com informações da repórter Lucianny Scarpatti, da TV SIM SBT

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