Esquema vendia produtos de estoque de hospital no ES, diz PF

43 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Vila Velha, Vitória e Cariacica no ES

Por Redação
Material apreendido na operação/PF

Um esquema de corrupção e desvio de dinheiro público na área da saúde do Espírito Santo foi desbaratado pela Polícia Federal, que realizou uma operação em cidades capixabas, na manhã desta quinta-feira (13), chamada de Operação “Anomia”. Considerada de grande porte, a ação tem a atuação de 157 policiais federais para cumprir 43 mandados de busca e apreensão nos municípios de Vila Velha, Vitória e Cariacica, e ainda no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Só em valores bloqueados, incluindo bens, são 26 ordens judiciais que somam R$3.843.552,50. Uma parte  da investigação que chama atenção é que empresários usavam a central de abastecimento farmacêutico de um hospital público parte de seus estoques, retirando materiais para vender novamente a outros clientes. O nome do hospital, localização, e informações dos investigados não foram divulgadas.

COMO É O ESQUEMA?

Segundo a PF, as investigações foram iniciadas em 2024, após a Polícia Federal obter diálogos suspeitos entre servidor público da área da saúde e empresários fornecedores de materiais hospitalares e medicamentos, no âmbito da Operação Manuscrito. A investigação apontou que empresários corromperam o servidor público por meio do pagamento de propinas na ordem de 10% dos empenhos, em troca de favorecimento em licitações direcionadas, contratações irregulares e superfaturadas.

“Além disso, durante as apurações, foram colhidos indícios de que, com a conivência do agente público, os empresários usavam a central de abastecimento farmacêutico do hospital público como extensão de seus estoques, retirando materiais para vender novamente a outros clientes”, destacou a Federal.

 

Segundo nota da PF, os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Vitória. A operação tem o apoio da Controladoria Geral da União (CGU) com cinco auditores e cooperação técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES).

Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude em licitações, peculato e associação criminosa. As penas para esses crimes, somadas, segundo a PF, podem ultrapassar 20 anos de reclusão.

O nome da operação, “Anomia”, significa um estado de desregulação social onde as normas se tornam confusas, fracas ou inexistentes. As investigações revelaram um cenário no qual leis eram ignoradas ou substituídas por regras informais criadas pelos próprios envolvidos.

 

Veja também

Privacidade

Para melhorar a sua navegação, nós utilizamos Cookies e tecnologias semelhantes.
Ao continuar navegando, você concorda com tais condições.