Com o número crescente de registros do chamado ‘golpe do falso advogado’ em cidades do Espírito Santo, a OAB-ES encaminhou ofício ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em que solicita a implementação imediata do Múltiplo Fator de Autenticação (MFA) no sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe) da Justiça Estadual. Esse mecanismo, de acordo com a Ordem, exige mais etapas de autenticação para quem acessa o sistema.
A solicitação foi destinada ao presidente do CNJ, ministro Luiz Roberto Barroso, e acompanha uma portaria que já determina o uso do recurso de segurança digital como padrão para acesso à plataforma. O envio do pedido foi feito desde o dia 30 de junho.
O QUE É MFA?
O MFA – Múltiplo Fator de Autenticação – é um mecanismo que exige duas ou mais etapas de verificação, como senha e código de autenticação, garantindo maior proteção contra acessos indevidos. A medida tem como objetivo reforçar a segurança do sistema e coibir fraudes, como o crescente número de casos do chamado Golpe do Falso Advogado, que tem vitimado cidadãos no Espírito Santo e em outros estados do país.
“É fundamental que o TJES implemente o quanto antes o mecanismo de autenticação por múltiplos fatores. Essa medida simples pode evitar fraudes, proteger os dados processuais e preservar a confiança da população na atuação da advocacia”, afirma a presidente da OAB-ES, Erica Neves.
COMO É O GOLPE?
Casos de estelionatários que se passam por advogados para aplicar golpes financeiros têm se multiplicado no Espírito Santo, gerando prejuízos expressivos e insegurança jurídica. A tática envolve o uso indevido de nomes de profissionais da advocacia, números de processos reais, fotos de documentos falsificados e abordagens convincentes por meio de mensagens ou ligações.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES) já recebeu centenas de denúncias por meio de um formulário específico disponibilizado desde fevereiro em seu site.
Como se proteger
A OAB-ES reforça os principais cuidados para evitar cair em golpes:
Desconfie de cobranças por Pix, especialmente feitas por mensagens ou ligações inesperadas.
Verifique a identidade do advogado por meio do site da OAB (www.oab.org.br).
Nunca realize pagamentos sem a confirmação direta com seu advogado, preferencialmente pessoalmente ou por meios oficiais.
Denuncie qualquer tentativa de golpe por meio do formulário online da OAB-ES.
A entidade segue acompanhando os casos e articulando ações para proteger a população e preservar a credibilidade da advocacia capixaba.