A Polícia Civil do Espírito Santo cumpriu dois mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa suspeita de praticar estelionato virtual. As investigações apontaram que os golpes causaram prejuízos estimados em R$2,5 milhões a duas empresas, uma no Espírito Santo e outra no Rio Grande do Sul.
De acordo com a polícia, as investigações tiveram início em junho de 2023 e envolvem uma empresa de importação sediada em Minas Gerais e São Paulo. A empresa aplicava golpes em outras empresas de importação e exportação que buscavam adquirir produtos como milho, soja e açúcar.
Uma das principais vítimas é uma empresa de exportação do Espírito Santo, que transferiu R$1,5 milhão para a empresa falsa. “Uma empresa de exportação estava querendo adquirir milho, soja e açúcar e procurou essa empresa falando sobre a necessidade de adquirir essa mercadoria. A empresa fez uma transferência de 1,5 milhões de reais para a empresa de estelionatários e o dinheiro sumiu. A mercadoria nunca foi entregue”, explicou o delegado Brenno Andrade, chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC).
As investigações mostraram ainda que uma empresa do Rio Grande do Sul, que atuou como intermediária em uma das operações, também sofreu um prejuízo de R$1 milhão.
“É uma organização criminosa muito bem estruturada. A empresa possui CNPJ ativo, tem um local físico de endereço, possui um site e, quando queriam fechar algum tipo de negócio, se encontravam pessoalmente. Um golpe extremamente bem articulado”, explicou o delegado.
Busca e apreensão em Minas Gerais
Durante as investigações, a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em Nova Lima, Minas Gerais, na casa de uma das suspeitas de participação e na sede da empresa. “Foram encontrados bens de alto valor, incluindo dois carros de luxo, contratos de compra de terrenos e uma caixa de relógios sofisticados, que serão submetidos à perícia. Esses itens levantam suspeitas de que a organização estava envolvida em atividades de lavagem de dinheiro”, continuou o delegado Brenno.
A mulher foi encontrada dentro de um armário em uma residência avaliada em R$2 milhões. No interrogatório, de acordo com a polícia, ela atribuiu a culpa às vítimas, alegando que uma delas não cumpriu o acordo e que a outra havia sido enganada por um terceiro.
“Ela sempre tentava jogar a culpa para as vítimas. Em uma ela fala que a vítima não cumpriu a parte do acordo e, por isso, perdeu dinheiro. A outra, do empresário do Espírito Santo, ela fala que foi ela quem tomou um golpe de outra pessoa e por isso não conseguiu cumprir o contrato”, explicou Brenno.
Veja a casa em que a suspeita foi encontrada:
As autoridades seguem as investigações para identificar outros membros da organização. O nome da empresa não foi revelado para proteger possíveis vítimas.
Veja fotos das apreensões realizadas durante a operação: