A Polícia Civil investiga se a ossada humana encontrada nesta quinta-feira (1º) em Itaparica, em Vila Velha, pertence ao perito criminal aposentado Celso Marvila Lima, de 64 anos, desaparecido desde o dia 3 de agosto de 2022. Segundo a polícia, Marvila, que também era presidente do Jockey Clube de Vila Velha, foi assassinado, mas o corpo dele nunca foi encontrado.
Exames de DNA serão realizados para confirmar a identidade dos restos mortais. “Se der positivo, a gente encerra mais um capítulo desse crime. A gente não queria que isso tivesse acontecido com o Marvila, que era um policial fantástico, que todos gostavam muito”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil do Espírito Santo, José Darcy Arruda, em entrevista à TV Sim/SBT.
Ainda de acordo Arruda, as investigações do caso foram fundamentais para responsabilização dos suspeitos envolvidos. “O trabalho que o delegado fez foi muito importante. Ele conseguiu provar um homicídio sem corpo, o que não é fácil no Direito Penal. Um caso emblemático semelhante é o da Eliza Samudio, envolvendo o goleiro Bruno. Agora, se a gente reconhecer o corpo do Marvila, damos um alento à família. Essa é nossa esperança agora: fazer o funeral e a despedida de forma digna”, comentou.
Carro da vítima foi incendiado
Celso Marvila trabalhou por 42 anos na Polícia Civil e se aposentou em 2020. No dia de seu desaparecimento, ele passou o dia no Jockey Clube e, depois disso, não foi mais visto. Seu veículo, uma caminhonete Mitsubishi L200 4×4, foi encontrado incendiado no dia seguinte (4 de agosto), em uma estrada de terra na região de Xuri, em Vila Velha. Dentro do carro, a polícia encontrou um celular danificado, mas não há confirmação se o aparelho pertencia a ele, nem se foi possível extrair dados relevantes para as investigações.
Durante meses, equipes da Polícia Civil realizaram diversas buscas com cães farejadores K9 e maquinário pesado em áreas de mata e terrenos na tentativa de localizar o corpo do perito. A investigação apontou que Marvila foi sequestrado e morto em um pavilhão que era administrado por um dos suspeitos. A hipótese investigada pela polícia é de que o corpo tenha sido levado por outro veículo até um local ainda não identificado — diferente de onde a caminhonete foi queimada.
Crime pode ter sido motivado por conflitos no clube
De acordo com as apurações da Polícia Civil, a motivação do crime estaria relacionada à atuação de Marvila como presidente do Jockey Clube de Itaparica. Ele teria começado a suspender títulos de sócios inadimplentes e de membros que estariam em situação irregular, o que pode ter causado desavenças e desencadeado o homicídio.
O inquérito policial foi concluído em dezembro de 2022, e as buscas pelo corpo haviam sido oficialmente encerradas, até a localização da ossada nesta semana reacender a esperança de uma conclusão definitiva para o caso.
Ao todo, seis pessoas foram presas durante o curso da investigação. Quatro delas foram denunciadas pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES) e respondem judicialmente por participação no desaparecimento e morte do perito.
