A Polícia Civil realizou, na madrugada desta quinta-feira (31), uma operação para investigar suspeitas de saques irregulares que causaram um prejuízo de mais de R$ 1 milhão a um banco. A ação, batizada de “Money Talks”, aconteceu em municípios da Grande Vitória — Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica.
Segundo as investigações conduzidas pelo Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT), 17 pessoas são apontadas como responsáveis por realizar saques indevidos em caixas eletrônicos, aproveitando-se de falhas temporárias no sistema do banco. Ao todo, foram identificadas 835 operações suspeitas em um intervalo de apenas três dias, somando R$ 1.018.800,00.
Durante a operação, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. As equipes recolheram celulares, equipamentos eletrônicos e documentos que podem ajudar a esclarecer a atuação dos investigados. Um dos computadores apreendidos está avaliado em mais de R$ 100 mil.
Também foi determinado o bloqueio de valores, imóveis e veículos em nome dos suspeitos, para garantir a devolução do valor desviado.
Como funcionava o esquema?
A movimentação incomum foi detectada pelo banco, que procurou a Polícia Civil. “A polícia foi acionada pelo banco, que desconfiou dos saques indevidos, que geralmente eram feitos pela madrugada. Eles usaram laranjas para fazer os saques”, relatou.
De acordo com a polícia, os suspeitos aproveitaram as falhas em um banco e conseguiam realizar saques de vários valores sem que o dinheiro fosse debitado das contas.
A maior parte dos depósitos, segundo as investigações, foram os próprios titulares, que com suas próprias contas, realizaram depósitos. Mas em alguns casos, eles usaram nomes de parentes e laranjas para conseguir sacar.
Como essas pessoas descobriram a falha está sendo apurado pela polícia, mas há informação de que houve uma divulgação em uma rede social de que o banco estava com o problema. A maior parte dos suspeitos são pessoas sem antecedentes criminais que se aproveitaram da situação para efetuar os saques indevidos.
Segundo o Delegado-geral Adjunto da Polícia Civil, delegado José Lopes, houve casos em que parentes próximos foram usados nos golpes. “São jovens que sabem utilizar os meios digitais e utilizaram até pessoas idosas. A gente viu que senhoras que nem sabiam que isso acontecia, que o nome delas tinha sido usado. Em um dos casos, foi o próprio neto que fez isso, utilizou o nome da para fazer saques”, disse.
A operação contou com a participação de equipes do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP), do Departamento Especializado de Investigações Criminais (DEIC) e do CIAT. As investigações continuam para esclarecer a extensão do esquema e a possível participação de outras pessoas.