O aumento da expectativa de vida tem levado a um crescimento expressivo nos diagnósticos de câncer entre idosos. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 70% dos casos ocorrem em pessoas acima dos 60 anos, tornando essencial uma abordagem multidisciplinar para garantir um tratamento mais eficiente e humanizado.
O Dia Mundial do Câncer, que é lembrado nesta terça-feira (04), reforça a necessidade de iniciativas e investimentos que assegurem o bem-estar de pacientes oncológicos. Para os idosos, o suporte de diferentes especialistas minimiza os impactos da doença e melhora a adesão ao tratamento.
Atendimento multidisciplinar: essencial para o tratamento
De acordo com o oncologista André Luiz Pedrini Tófoli, da MedSênior, o paciente oncológico idoso requer um suporte abrangente. “A equipe precisa avaliar fatores nutricionais, cognitivos, emocionais e funcionais, considerando também as comorbidades preexistentes, como hipertensão, diabetes e limitações físicas, que podem ser agravadas pelo tratamento”, destaca.
A nutrição tem papel fundamental no tratamento. A nutricionista Gislane Jesus Torres explica que uma alimentação equilibrada ajuda a prevenir a perda de peso excessiva, melhora a imunidade e reduz os efeitos colaterais. Já a psicóloga Deborah Tiengo Ramos enfatiza que o suporte emocional desde o diagnóstico é essencial para a aceitação da doença e a adesão às terapias.
Benefícios da atividade física e da socialização
A prática de exercícios também é um pilar importante no tratamento. “O idoso que já fazia atividade física deve manter o hábito respeitando seus limites. Já aqueles que não praticavam precisam encontrar uma modalidade prazerosa”, sugere Tófoli.
A socialização também é essencial, já que o isolamento pode afetar a saúde mental do paciente. “Familiares e amigos devem estimular a interação em atividades do dia a dia, ajudando na qualidade de vida”, complementa o oncologista.
Força e superação
A aposentada Lucinéa Maria Doná, aos 64 anos, enfrenta um tratamento contra o câncer em metástase, sem abrir mão da qualidade de vida. “Descobri um tumor maligno na mama aos 57 anos e, dois anos depois, tive recidiva. Hoje sigo um acompanhamento multidisciplinar e mantenho minha rotina com alegria”, relata. “O que eu tenho é o hoje, e vou aproveitá-lo da melhor forma”, disse ao expressar sua força e resiliência.