O comando da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 13, que há sinais de estabilização na curva de novos casos de coronavírus em vários países, no continente europeu. A entidade lembrou o fato de que algumas dessas nações retiraram pressão do sistema de saúde com restrições mais fortes à circulação de pessoas (“lockdowns”), o que ajudou esse controle.
A OMS afirmou que o fato de que o quadro ainda é de restrição à circulação não impede os governos de já pensar nos passos seguintes.
De qualquer modo, a OMS insiste que será preciso “mudar nossos comportamentos no futuro previsível”, para evitar mais mortes. Segundo a OMS, não é possível fazer a transição de uma vez de um quadro de restrição total de circulação para outro de total circulação das pessoas.
É importante inclusive que a retirada de medidas de restrição para as pessoas não seja feita de uma vez por todos os países, destacou a OMS.
De acordo com a entidade, conforme os países e regiões saem das situações de lockdown, pode haver novo salto nos novos casos da covid-19. “O único meio de sair dessa situação é achar o vírus, testar e isolar os doentes”, voltou a recomendar a entidade.
Uma alternativa à frente pode ser a retirada de restrições primeiro em áreas estratégicas, com menos casos. “As pessoas precisam entender que pode levar mais tempo para elas ficarem em casa, mas que isso é temporário”, afirmou o diretor executivo do Programa de Emergências à Saúde da OMS, Michael Ryan.
Líder da resposta da OMS à pandemia, a epidemiologista Maria Van Kerkhove disse que a entidade ainda precisa de muito mais dados para conhecer melhor a doença, por exemplo por quanto tempo uma pessoa infectada pode transmiti-la.
A OMS recomenda que pessoas expostas a contaminados pelo coronavírus façam quarentena durante 14 dias. Além disso, no caso de um indivíduo suspeito que eventualmente não possa fazer teste para confirmar a doença, ele deve ficar isolado durante a duração dos sintomas, mais outros 14 dias, diz a OMS.
Há ainda, segundo a entidade, a possibilidade de que alguns indivíduos possam transmitir o coronavírus por mais tempo, o que também precisará ser mais estudado, disseram os especialistas.