O que o Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela sobre o Espírito Santo

O 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública foi divulgado nesta quinta-feira (20) e revelou diversos dados a respeito da segurança do país e do Espírito Santo. Alguns dos indicadores colocam o estado em posições mais confortáveis, se comparados a outras unidades da federação, porém outros chamam atenção das autoridades de segurança para reforço das políticas públicas e investimentos.

As informações foram coletadas com Secretarias Estaduais de Segurança Pública e Defesa Social, com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Entre os principais destaques, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo (Sesp) ressalta que o estado não tem nenhuma cidade entre as 50 mais violentas do país e que houve redução de homicídios e de feminicídios.

Segundo o levantamento, a queda de homicídios dolosos foi de 6,1% entre 2021 e 2022. Os dados colocam o Espírito Santo como o 15º no ranking de UF com a menor taxa de homicídios.

Já sobre os feminicídios, a queda foi de -13,8% entre  e 2021 e 2022. Os dados colocam o Espírito Santo em 17º lugar no ranking de UF com a menor taxa de feminicídios.

O diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, destaca que o estado teve resultados positivos e que programas sociais e políticas publicas, integrados com o planejamento de segurança, são fundamentais para tirar o Espírito Santo do topo do ranking dos estados mais violentos do país.

Levantamento apontou aumento no registro de posse de armas no Estado

De acordo com o anuário, a quantidade de capixabas com autorização para ter uma arma de fogo cresceu 381,7% nos últimos cinco anos. O número de registros de armas de fogo ativos no Sistema Nacional da Polícia Federal, referentes a pessoas do Espírito Santo, passou de 14.044 registros em 2017 para 64.651 em 2022.

No comparativo com os outros estados do país, o Espírito Santo fica em 2º lugar no ranking dos que tiveram aumento nos registros de posse de arma de fogo, ficando atrás apenas do Distrito Federal, que registrou aumento de 577,7%.

Para o secretário de segurança do estado, coronel Alexandre Ramalho, os dados são preocupantes e revelam um desafio para o governo estadual e federal.

Aumento nas taxas de crimes cometidos contra a população LGBTQIAPN+
Homicídios, lesão corporal, estupro

Outro dado importante, e alarmante, revelado pelo Anuário da Segurança é o aumento homicídios de pessoas LGBTQIAPN+. O Espírito Santo foi o estado brasileiro que registrou maior aumento desses casos passando de 2 em 2021 para 9 em 2022, um aumento de 350%.

Além de homicídios, todos os crimes analisados contra pessoas LGBTQIAPN+ registraram aumento no Espírito Santo. Entre eles, destacam-se: lesão corporal dolosa, estupro e homicídio doloso.

Veja outros destaques revelados pelo anuário:

• Ranking de mortes violentas intencionais – 14º do País;
• Ranking de latrocínio – queda de 33,8% e 12º lugar no ranking;
• Ranking de letalidade policial – 12º do País;
• Ranking de homicídios de mulheres – 11º lugar
• Queda de 7,3% nas ocorrências de roubo, no geral;
• Aumento de 16% na taxa de apreensão de drogas;
• Queda de 22% nas mortes violentas intencionais de crianças e adolescentes no ES (0 a 17 anos);
• Somos o 10º Estado do País com mais solicitações de registro de CAC no ano passado. Aumento de 270% de 2017 a 22.