Mulher diz que ateou fogo em loja no RJ porque foi traída

Suspeita presa na Serra será autuada por crime de incêndio e tentativa de homicídio

Por Redação
Foto: Reprodução

Um relacionamento extraconjugal seria o motivo que levou Dayana Brito, 33 anos,  a atear fogo em uma loja de uma mulher em shopping na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), no último dia 4. Após o crime, Dayana fugiu para o Espírito Santo, indo para a casa de sua mãe, no bairro Vila Nova de Colares, na Serra, onde foi presa nessa segunda-feira (10) pela Polícia Civil capixaba.

Segundo a titular da 134ª Delegacia Policial de Campos dos Goytacazes (RJ), delegada Carla Tavares,  responsável pela investigação, na ação, Dayana usou um galão de gasolina. Ela foi ao shopping, entrou na loja da vítima, onde havia três pessoas, e ateou fogo, causando uma explosão de grandes proporções. A dona da loja, alvo da agressora, conseguiu fugir sem ser atingida.  Três pessoas se feriram, sendo levada para hospital local, e pelo menos dez lojas foram impactadas pelo incêndio.

Imagens do circuito interno do shopping registraram o momento que a suspeita invadiu o local com um galão de gasolina e colocou fogo na loja de moda íntima no segundo piso. A fumaça intensa gerada pelo incêndio obrigou clientes e funcionários a evacuarem o local rapidamente. Equipes do Corpo de Bombeiros foram até o local para controlar as chamas e o sistema antichamas do estabelecimento foi acionado, ajudando a evitar que o fogo se alastrasse.

Delegado Ricardo Almeida / PCES

A Prisão

O delegado Ricardo Almeida, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil do Espírito Santo, disse que assim que a PC recebeu na noite de sexta-feira (7) o acionamento da PC do Rio de Janeiro, através da 74ª DP de Campos de Goytacazes, pedindo auxílio para fazer a captura da investigada, a equipe policial foi acionada. Fez a identificação do endereço que a investigada estaria, na casa da mãe dela, na Serra. “Fizemos vigilância no final da semana e na segunda-feira de manhã conseguimos identificar a presença dela no local e realizamos a captura. Ela não ofereceu nenhum tipo de resistência”, disse. Ainda segundo Almeida, a detida já foi apresentada  à autoridade policial da 74ª DP de Campos, para onde será conduzida.

O caso

Delegada Carla Tavares /PCES

A delegada Carla Tavares detalhou que, pelo que foi apurado, a motivação do crime foi uma relação extraconjugal entre o marido da autora do crime com a vítima. Esse, disse a delegada, foi o terceiro episódio de desavença entre a autora e a vítima. “Em janeiro de 2024 tivemos um registro de ocorrência de lesão corporal, onde a autora afirma a mesma coisa, ela insulta a vítima de várias formas sempre imputando à vítima essa traição. Em dezembro a vítima faz um novo boletim de ocorrência, dessa vez falando de ameaças e dentre essas ameaças que, inclusive incendiaria a loja da vítima. E agora, no dia 4 de fevereiro ela, efetivamente, cumpriu todas essas ameaças. Ela se dirigiu ao shopping, entrou na loja e ateou fogo”.

A delegada observa que, a investigada cometeu o crime “sem se preocupar em momento nenhum não só com todas as pessoas que estavam no shopping mas também com as pessoas que estavam no interior da loja. Porque a vendedora estava no interior da loja e tinham duas pessoas comprando roupas nesta loja (…) A explosão foi de grandes proporções. O vídeo mostra claramente que a loja explodiu e outras lojas também foram atingidas; aproximadamente 10 lojistas foram lesados com esse incêndio”.

Ainda segundo a delegada, houve três vítimas diretas que ficaram lesionadas com esse crime de incêndio. As duas vítimas que estavam no interior da loja, que sofreram queimaduras, e um senhor de 78 anos que estava no banheiro do shopping e está gravemente ferido por ter inalado  fumaça  e que não conseguiu sair do local. “A dona da loja não se feriu porque ela conseguiu perceber a presença da autora já no corredor do shopping, na porta da loja e conseguiu correr”, frisou.

Relacionamento extraconjugal

Ainda segundo relato da delegada, os maridos das duas mulheres estão presos no mesmo presídio. “De acordo com que a agressora fala – a gente tem essa narrativa que a autora faz questão de divulgar inclusive em redes sociais -, que a vítima teria conhecido o marido dela (da investigada) no interior do presídio quando as duas visitavam seus companheiros e ali começou a acontecer a traição. O marido dela está preso pelo crime de tráfico”.

A delegada Carla Tavares observa que como nas ameaças a agressora dizia “vou atear fogo na loja e vou matar”,  e nem esperou as pessoas sair da loja. “A vítima não estava lá, mesmo assim, ela ateou fogo na loja sabendo que poderia matar as outras pessoas inclusive as que estavam comprando naquele momento”. Para a delegada a investigada trata-se de “uma pessoa extremamente perigosa que não pode estar no convívio social”. Ela será levada para a 134ª DP para prestar declarações e depois será encaminhada para o presídio de Campos. Dayana será autuada pelo crime de incêndio e por tentativa de homicídio.

 

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