MPES pede suspensão de mudanças no trânsito na Enseada

Associação de moradores do bairro reclama das obras na região; prefeitura argumenta que intervenções vão melhorar a mobilidade

Por Redação
Foto: Reprodução / TV SIM SBT

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) abriu um procedimento para apurar as mudanças no trânsito que estão sendo implantadas pela Prefeitura de Vitória na Enseada do Suá. A medida foi tomada após a Associação de Moradores, Empresários e Investidores da Enseada do Suá (AMEI-ES) formalizar uma representação questionando o projeto viário.

As alterações fazem parte do Plano Mobilidade Leste, e incluem a criação de um novo acesso à Terceira Ponte. Com as mudanças, quem vem da região norte teria duas opções: entrar à direita no Palácio do Café ou seguir até o Hortomercado, acessando depois a Avenida João Batista Parra e a via em frente ao Pronto Atendimento da Praia do Suá, chegando à antiga praça do pedágio.

Outro ponto do projeto é a transformação da Rua Clóvis Machado em mão dupla. Segundo o município, essa medida dará aos moradores da via a possibilidade de seguir em direção à Praça do Papa e, dali, acessar a Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, no sentido do Centro.

Porém, o MPES solicitou que a prefeitura suspenda as alterações viárias no bairro até que apresente os estudos técnicos e as justificativas das mudanças, tanto ao órgão quanto à população, em uma reunião pública que deve ocorrer no início de julho. O Ministério Público também quer saber se as alterações estão previstas no Plano de Mobilidade Urbana da cidade.

Associação critica alterações 

A AMEI-ES divulgou uma nota pública repudiando a forma como a prefeitura tem conduzido o projeto. A associação afirma que os moradores decidiram, em assembleia extraordinária, pela manutenção de duas faixas no sentido Terceira Ponte e pela preservação da faixa de estacionamento — considerada essencial para a rotina local.

“A AMEIES lamenta que, mesmo após diversas tentativas de diálogo e manifestações formais, a Prefeitura esteja implementando uma alteração sem audiência pública, desconsiderando o projeto que foi anteriormente discutido com a própria gestão e divulgado na imprensa”, diz a nota assinada pelo presidente da associação, José Márcio Soares de Barros.

A entidade alega ainda que o projeto atual diverge do que havia sido combinado com os moradores em anos anteriores, “ferindo a transparência e desrespeitando o direito da comunidade de participar das decisões que afetam diretamente sua vida cotidiana”.

O que diz a Prefeitura

Por meio da Secretaria Municipal de Obras (Semob), a Prefeitura de Vitória afirmou que as intervenções fazem parte do Plano Mobilidade Leste, que também abrange os bairros Praia do Canto, Santa Helena e Praia do Suá. O município argumenta que o plano foi fruto de um processo de diálogo com as comunidades e que incorporou sugestões feitas ao longo de reuniões realizadas entre 2022 e 2023.

Segundo a gestão municipal, o projeto atende a uma demanda antiga da população da região e está sendo implantado de forma gradual. A prefeitura também afirma que os estudos para a requalificação da via foram baseados em análises de fluxo de veículos locais e da Região Metropolitana, com apoio técnico do Instituto Jones dos Santos Neves.

Em relação à solicitação do MPES, a Semob disse que trata-se de uma recomendação e que será analisada pela equipe técnica da prefeitura. O município reforça que todas as mudanças têm embasamento técnico e contam com simulações computacionais para embasar as intervenções.

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