Mobilidade: plano prevê VLT e BRT na Grande Vitória até 2054

O investimento estimado para os projetos é de até R$ 5,2 bilhões

Por Redação
VLT do Rio de Janeiro | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Estudo Nacional de Mobilidade Urbana (ENMU), realizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Ministério das Cidades, concluiu a definição de projetos para ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade na Grande Vitória. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (29). Na região metropolitana da capital capixaba, o ENMU projeta a expansão da rede em projetos de VLT (até 8km) e de BRT (de 76km a 84 km).

A definição pela tecnologia VLT ou BRT será feita em etapas seguintes, com base nos estudos detalhados para modelagem dos projetos. O investimento estimado para os projetos é de até R$ 5,2 bilhões.

Entre os destaques, o projeto mostra que, implementação do sistema de BRT foi simulada nas principais avenidas da capital, Vitória: Fernando Ferrari, Nossa Senhora da Penha, Avenida Vitória e Dante Michelini. Os ônibus, menos poluentes, teriam passagem pelo canteiro central. Também há previsão de instalação do sistema em Cariacica.

Estudo traz mapa que avalia as vias onde o sistema do BRT poderia ser instalado em Vitória

Já o VLT, movido a energia elétrica, possui projeto de extensão total de 31,1 km, com 30 estações distribuídas aproximadamente a cada quilômetro. Ele seria construído no canteiro central, com via dupla, uma para cada sentido, protegida fisicamente do espaço de circulação viário através de separadores apropriados ou faixas de sinalização. As estações de parada seriam localizadas no espaço de separação entre as vias do VLT.

No município da Serra, o estudo traz um sistema com 6,3 km de extensão, incluindo a BR-101 e a Rodovia NorteSul, desde o Terminal de Carapina até o Terminal Laranjeiras. Em Cariacica, o sistema se estende por 1,3 km, desde a saída das Cinco Pontes até a Estação de Conexão Jardim América. Em Vila Velha, a extensão é de 4,3 km, ligando o Terminal Vila Velha ao início da Reta da Penha, passando pela Terceira Ponte.

No município de Vitória, o traçado abrange os corredores de maior demanda por transporte coletivo, incluindo as avenidas Fernando Ferrari, Nossa Senhora da Penha e Vitória, além da Região Central. Segundo o estudo, as Cinco Pontes serão destinadas exclusivamente ao VLT, eliminando o transporte individual. O percurso totaliza aproximadamente 19,2 km de extensão e conta com 20 estações.

Estudo traz mapa que avalia as vias onde o sistema do BRT poderia ser instalado na Grande Vitória

Redução de mortes, poluentes e tempo de deslocamento

A previsão é que a implementação dos projetos resultará, segundo o Governo Federal, na redução estimada de cerca de 150 mortes em acidentes de trânsito até 2054. E, também, evitará a emissão de 92,3 mil de toneladas de CO2 por ano.

Outro benefício é a redução do custo operacional por viagem, decorrente da maior utilização dos sistemas de média e alta capacidade, que tipicamente são mais eficientes. No caso da Grande Vitória, a redução é de 15%. No país, é de 11%. A redução no tempo médio de deslocamentos nas cidades também é um atrativo, com um impacto estimado em R$ 6,2 bilhões.

“Com o estudo, o BNDES contribui com a produção de uma política pública para a formulação de uma estratégia nacional de mobilidade urbana, de longo prazo e sustentável, unindo esforços da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal. O objetivo é melhorar a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras, com um transporte mais eficaz, menos poluidor e mais seguro”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Os projetos selecionados mostram que o Brasil está buscando se adaptar às mudanças do clima, com ações que unem sustentabilidade, mobilidade e inclusão social”, afirma o ministro das Cidades, Jader Filho. “Investir em transporte coletivo limpo é investir nas cidades e nas pessoas, para que os centros urbanos se tornem mais resilientes, com menos poluição e deslocamentos mais rápidos e seguros.”

187 PROJETOS EM TODO O PAÍS – Em todo país, o ENMU concluiu a definição de 187 projetos para ampliar as redes de transporte público coletivo de média e alta capacidade (TPC-MAC) nas 21 maiores regiões metropolitanas (RMs) do país.

Ao todo, são estimados investimentos da ordem de R$ 430 bilhões, sendo R$ 230 bilhões em metrôs, R$ 31 bilhões em trens, até R$ 105 bilhões em veículos leves sobre trilhos (VLT), até R$ 80 bilhões em BRTs e R$ 3,4 bilhões em corredores exclusivos de ônibus. A aceleração desses investimentos dependerá do modelo de financiamento adotado, sendo os investidores privados via concessões e parcerias uma ferramenta relevante.

>> A íntegra do estudo pode ser acessada AQUI.

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