A Região 5 de Vila Velha, que reúne mais de 80 mil moradores distribuídos em 22 bairros, enfrenta uma sequência preocupante de violência, com crimes frequentes, tiroteios e mortes que têm deixado comerciantes e moradores em estado de alerta constante. Nos últimos dias, a tensão voltou a crescer na área, palco de disputas entre facções criminosas rivais. O clima é marcado por ataques que costumam gerar retaliações em um ciclo perigoso, afetando diretamente a população local.
O impacto da violência é evidenciado por números recentes: em cerca de uma semana, 14 pessoas foram baleadas na região, resultando em quatro mortes.
De acordo com a polícia, a prisão de um líderes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), Lucas de Almeida Bernardo, em maio deste ano, intensificou as disputas na região, com criminosos da facção rival Primeiro Comando de Vitória (PCV) tentando tomar territórios.
Mapa do tráfico
Um levantamento feito por um perfil de monitoramento online, confirmado pela Polícia Civil, detalha o domínio territorial das facções na região. Bairros como Ulisses Guimarães, 23 de Maio e Riviera da Barra estão sob controle do Terceiro Comando Puro (TCP). Apesar de serem em menor número, os pontos de venda de drogas sob controle do TCP ficam próximos à Rodovia do Sol, o que facilita o tráfico.
Na parte mais interna da Região Cinco, o Primeiro Comando de Vitória (PCV) domina o território. Segundo o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), Romualdo Gianordoli, os ataques ocorridos em Ulisses Guimarães são atribuídos a criminosos vindos de áreas controladas pelo PCV. Agora, a polícia trabalha para saber se as ordens para esses ataques partem de dentro dos presídios.
Prisões recentes
Três pessoas foram presas na tarde de terça-feira (15) em ações realizadas na região, com apreensão de armas e drogas. O policiamento na região foi reforçado com mais de 120 agentes atuando diariamente. Porém, as autoridades reconhecem que a segurança pública não depende apenas da presença policial, mas também de políticas sociais e estruturais para enfrentar as causas da violência.
* Com informações Arleson Schneider, da TV SIM/SBT