As regras para agir em casos de engasgo mudaram, e quem ajudou a espalhar a informação foi uma capixaba. A capitã do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo Carla Andresa viralizou nas redes sociais ao ensinar, de forma didática, as novas manobras recomendadas para salvar vidas em situações de sufocamento.
O vídeo publicado por ela já ultrapassou 1,1 milhão de curtidas. Nele, Carla mostra o passo a passo do novo protocolo de atendimento — tanto para adultos e bebês quanto para gestantes, que exigem cuidados específicos. “Engasgo é uma emergência silenciosa. O tempo de resposta faz toda a diferença”, explica a bombeira em um dos trechos.
Diretrizes internacionais foram atualizadas
As orientações seguem as novas diretrizes da American Heart Association (AHA), atualizadas em outubro e válidas em todo o mundo. A entidade revisou os protocolos de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares, incluindo mudanças importantes na forma de agir em casos de engasgo.
Até então, o procedimento orientava começar diretamente pelas compressões abdominais, conhecidas como manobra de Heimlich. Agora, o novo protocolo determina que o socorrista inicie com cinco pancadas firmes nas costas, seguidas de compressões, em caso de obstrução total das vias aéreas.
Passos variam para bebês, adultos e gestantes
Para bebês menores de um ano, a recomendação é alternar cinco pancadas nas costas e cinco compressões no peito, com o bebê apoiado de bruços sobre o antebraço, a cabeça voltada para baixo. O processo deve continuar até que o objeto seja expulso ou o bebê perca a consciência.
Em crianças e adultos, a manobra deve começar com as pancadas nas costas e, se necessário, seguir com compressões abdominais — sempre posicionando o punho entre o umbigo e o osso do peito e empurrando com força para dentro e para cima.
Mas, no caso de gestantes, o cuidado é diferente. Carla alerta que nunca se deve fazer compressões na barriga. “As compressões devem ser feitas no centro do peito, intercalando com cinco golpes nas costas”, explica. Se a vítima desmaiar, o procedimento passa a ser a reanimação cardiopulmonar (RCP), com compressões no centro do tórax.
Informação que salva vidas
Em nota, a associação americana reforça que todos podem e devem aprender as técnicas básicas de reanimação. “A RCP de alta qualidade salva vidas. Isso começa com o aprendizado”, disse o médico Ashish Panchal, presidente do Comitê Científico de Cuidados Cardiovasculares de Emergência da AHA.





