O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou nesta sexta-feira (13) pelas redes sociais um vídeo em que caminha pelo hospital particular de São Paulo (SP), onde está internado. Com curativo na cabeça, devido aos procedimentos feitos nesta semana, o petista conversa com o neurocirurgião Marcos Stavale. Na legenda, o presidente agradeceu o apoio recebido nos últimos dias e afirmou que está “pronto para seguir”. O último boletim médico, do fim da manhã desta sexta, informou que Lula deixou a UTI e está sob cuidados semi-intensivos.
Confira o vídeo abaixo:
“Segue lúcido e orientado, alimentou-se normalmente e realizou caminhada pelos corredores”, mostrou o documento. Lula passou por duas cirurgias nesta semana, na terça (10) e na quinta, além de um terceiro procedimento, também na quinta, para retirada de dreno da cabeça.
Nos cuidados semi-intensivos, são monitorados pressão, batimentos cardíacos e respiração. O presidente não saiu da ala em que está no hospital, como previam os médicos; a mudança é em relação à monitorização contínua do paciente, diminuída conforme a evolução do quadro clínico. Na prática, se antes Lula era monitorado por médicos de forma ininterrupta, agora é com intervalos.
“Podemos falar que o presidente deixou a UTI, que tem os cuidados intensivos ao paciente. Na fase semi-intensiva, a monitorização é a parte mais afetada, uma vez que é feita com mais espaços, não de forma constante, como é na UTI. Na semi-intensiva, há menos estrutura porque, em tese, o paciente não precisa de tantas intervenções médicas”, explicou ao R7 o médico intensivista Alberto Mendonça Pires, coordenador de UTI do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
O procedimento de quinta foi complementar à cirurgia de terça. Depois da última operação, a equipe médica informou, durante coletiva de imprensa, que a intervenção foi um sucesso. Lula precisou passar pelas operações devido à queda sofrida em outubro, em um banheiro do Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência. O acidente doméstico causou um corte na nuca do presidente, que precisou levar pontos no local.
Na segunda (9), foi constatado que o petista teve um hematoma bilateral e extracraniano — não exatamente no cérebro, mas na meninge (membrana) entre o crânio e o cérebro. O sangue acumulado foi drenado na terça, e o procedimento de quinta complementou o tratamento.
Entenda o quadro de Lula
O petista sentiu dor de cabeça e indisposição no fim da tarde de segunda (9) e deu entrada em um hospital particular de Brasília. Após exames de imagens, foi constatada a necessidade de intervenção cirúrgica, e o presidente foi transferido para a unidade de São Paulo. Na capital paulista, passou por uma cirurgia de emergência, que ocorreu sem intercorrências — a observação em UTI é protocolar, segundo a equipe médica do presidente.
Na quarta (11), o cardiologista Roberto Kalil Filho, que é médico de Lula, afirmou que o procedimento complementar já estava previsto desde a cirurgia de terça. Contudo, segundo Kalil, a data para a realização do procedimento só foi definida pela equipe médica na quarta, e partiu de Lula a ordem de divulgar essa segunda operação. Apesar de já estar prevista, a equipe não tinha citado, até quarta-feira, a possibilidade de complementar o procedimento.
“Quando você drena um hematoma, existe uma pequena possibilidade, de, no futuro, as pequenas artérias da meninge ainda causarem um pequeno sangramento. Isso não é impossível acontecer. Esse procedimento complementar ao procedimento cirúrgico é para minimizar o risco de, no futuro, isso acontecer. Faz parte dos protocolos atuais. É um procedimento de baixo risco que foi muito discutido com a equipe médica no dia de hoje”, explicou Kalil, ao acrescentar que o quadro do presidente é “ótimo”.