O quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva evoluiu bem após a cirurgia para tratar uma hemorragia intracraniana. De acordo com boletim médico, divulgado nesta quarta-feira (11), o petista “está lúcido”, “orientado”, “conversando” e permanece com o dreno. Não há, por enquanto, data de alta médica, mas a previsão é de retorno a Brasília no início da próxima semana.
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, sob cuidados intensivos, para o tratamento da hemorragia intracraniana. Evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências. Está lúcido, orientado, conversando e passou a noite bem. O presidente permanece ainda com dreno enquanto aguarda novos exames de rotina”, diz o boletim médico. “O presidente segue sob acompanhamento da equipe médica, sob os cuidados de Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio”, acrescenta.
O petista sentiu dor de cabeça e indisposição durante a agenda da última segunda-feira (9). Na sequência, deu entrada em um hospital privado em Brasília e foi transferido para a unidade de São Paulo. Na capital paulista, passou por uma cirurgia de emergência para drenagem de um hematoma. O procedimento ocorreu sem intercorrências e Lula está bem e sob monitoramento em leito de UTI.
De acordo com os médicos, a hemorragia de Lula decorre da queda sofrida no banheiro, no Palácio da Alvorada, em 19 de outubro. Na ocasião, o acidente doméstico resultou em um ferimento na parte de trás da cabeça, que exigiu cinco pontos de sutura. Após o episódio, diversas viagens internacionais foram canceladas por recomendação médica. O presidente tem 79 anos.
Em coletiva de imprensa, a equipe médica ressaltou que Lula vai ficar internado durante 48 horas na UTI e a previsão de alta médica é na próxima semana. Enquanto isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin não vai assumir as funções da Presidência da República. Um dos pontos destacados pelos profissionais é de que as funções neurológicas do presidente estão preservadas.
A hemorragia intracraniana é uma condição séria e ocorre quando há sangramento dentro do cérebro ou entre membranas protetoras — este último foi o caso de Lula, segundo a equipe médica. O presidente foi submetido a uma trepanação para drenagem do hematoma. A hemorragia intracraniana pode ser causada por fatores como traumas, hipertensão, aneurismas rompidos ou outras condições médicas.
Lula segue em repouso. Apesar da condição, não há orientação médica para afastamento das funções presidenciais. Com isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin não deve assumir o Palácio do Planalto. A legislação do país não prevê o afastamento do presidente em virtude de uma emergência médica ou motivos de saúde em curto prazo. A Constituição só afirma que em casos de “impedimento” do presidente, o vice assumirá a função.
No entanto, Alckmin já chefiou agendas que seriam inicialmente de Lula, como a reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. Nesta quarta-feira (11), o vice-presidente participou da posse do novo presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Vital do Rêgo. O vice tem 72 anos e Lula, 79.