Nesta segunda-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, durante o último dia da Cúpula do Brics, que o negacionismo e o unilateralismo “estão correndo do avanço do passado e sabotando o futuro”.
Além disso, o chefe do Executivo brasileiro relembrou que o aquecimento global ocorre em “ritmo mais acelerado do que o previsto”.
“Os países em desenvolvimento serão os mais impactados por perdas e danos. São também os que menos dispõem de meios para arcar com mitigação e adaptação”, afirmou.
O presidente voltou a defender o que chamou de justiça climática — ou seja, ações que combinem o combate à fome e às desigualdades socioambientais.
“A geração de empregos decentes, a igualdade entre homens e mulheres e o fim do racismo em todas as suas esferas são imperativos”, declarou.
Crise climática
Lula destacou ainda que o grande desafio global é alinhar ações para evitar que a temperatura do planeta ultrapasse 1,5 °C.
“O Sul Global tem condições de liderar um novo paradigma de desenvolvimento, sem repetir os erros do passado. Não seremos simples fornecedores de matérias-primas. Precisamos acessar e desenvolver tecnologias que nos permitam participar de todas as etapas das cadeias de valor”, disse.
Ele também cobrou novamente a recuperação do protagonismo da OMS (Organização Mundial da Saúde) como instrumento legítimo de enfrentamento a pandemias e de promoção da saúde global.
“No Brasil e no mundo, a renda, a escolaridade, o gênero, a raça e o local de nascimento determinam quem adoece e quem morre. Muitas das doenças que matam milhares em nossos países, como o mal de Chagas e a cólera, já teriam sido erradicadas se atingissem o Norte Global”, afirmou.
Ao final, Lula agradeceu aos presentes e declarou que o Brics está liderando pelo exemplo e agindo com solidariedade, em vez de indiferença. “[Estamos colocando a dignidade humana no centro de nossas decisões]”, concluiu.