Três integrantes da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV) foram condenados a penas que somam mais de 280 anos de prisão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio ocorridos em 2020, no Centro de Vitória. O julgamento, realizado pelo Tribunal do Júri no Fórum Criminal de Vitória, ocorreu nesta terça (26) e quarta-feira (27) e se estendeu por quase 20 horas.
Os réus Geovani de Andrade Bento, conhecido como Vaninho, Felipe dos Santos Dantas e Felipe de Souza Oliveira foram considerados culpados pela morte de dois homens e pela tentativa de execução de outras três vítimas. Todos foram condenados por cinco crimes, cada um com duas qualificadoras: motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas. Eles cumprirão pena em regime inicialmente fechado.
Geovani de Andrade Bento: 107 anos e 6 meses de prisão
Felipe de Souza Oliveira: 92 anos e 6 meses de prisão
Felipe dos Santos Dantas: 80 anos e 6 meses de prisão
De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), os três atuavam no tráfico de drogas e compunham o braço armado da facção, responsável por eliminar rivais. Geovani, apontado como uma das principais lideranças do PCV, teria ordenado os ataques.
O crime
Os assassinatos ocorreram em 4 de outubro de 2020, quando Adriano Pereira do Amaral e Kelvin Filgueiras da Silva foram executados a tiros. Na mesma ação criminosa, Maicon Reis, André Luiz dos Santos e Victor de Jesus da Silva foram alvejados, mas sobreviveram.
Segundo a denúncia do MPES, os homicídios foram cometidos por Felipe dos Santos Dantas e Felipe de Souza Oliveira, a mando de Geovani de Andrade Bento e com o apoio do também denunciado Lucas Depolo Muniz.
As vítimas eram moradoras do Morro do Moscoso e faziam parte de um grupo ligado ao tráfico de drogas, que resistia à expansão do PCV na região central de Vitória.
Outros envolvidos
O Ministério Público requereu a absolvição de Thaian Silva de Almeida, por ausência de provas quanto à sua participação no crime.
Já o advogado Lucas Depolo Muniz, também denunciado, é acusado de integrar o braço jurídico da organização criminosa e de colaborar com a execução do plano. Ele recorreu da decisão de pronúncia e será julgado em data futura.
O julgamento foi conduzido por três promotores da Promotoria de Justiça Criminal de Vitória, que sustentaram a acusação com base nas provas reunidas durante a investigação.