Indígenas do ES protestam contra perda de direitos e por preservação ambiental

Os povos indígenas do Espírito Santo fizeram uma manifestação nesta segunda-feira (18) em diferentes vias de Vitória. O intuito, segundo os protestantes, é mostrar a insatisfação com decisões judicias do Governo Federal que os prejudicam, e também entregar um documento ao governador Renato Casagrande com reivindicações em algumas áreas.

Uma das principais pautas levantadas pelos povos originários no protesto são os impactos das ações da fundação Renova nas aldeias. Valmir, cacique da Caieiras Velhas do Sul, relatou interferência da representante das empresas Samarco e BHP entre as lideranças indígenas e com isso, “há uma divisão e confusões entre famílias como nunca houve antes.”

Ainda segundo o líder, outros caciques não compareceram por pressão externa. Ele também afirmou uma coação para se posicionarem contrários a situação pelos mesmos motivos, e que isso aconteceu após a assinatura de um acordo com a fundação.

DOCUMENTO ENTREGUE AO GOVERNADOR

Os manifestantes foram recebidos no palácio Anchieta pela secretária de Estado de Direitos Humanos, Nara Borgo. No arquivo de reinvindicações em relação a saúde, educação e segurança comunitária. “A nossa comunidade é ilhadas pela sociedade, ela esta nos abraçando cada dia mais como se nos impossibilitando de respirar”, disse Jocelino.

No documento, eles também pediram apoio contra as indústrias privadas. “Temos sofrido imposições frente a Renova, discordamos como elas agem dentro dos territórios, então viemos gritar sobre isso para a sociedade. As empresas impactam diretamente o nosso território, e está firmado em documentos a existência do rejeito de minério nos nossos rios. Eles vão ficar ao menos 30 anos”, frisou o educador.

EXPLORAÇÃO DE TERRAS LIBERADA

Durante o protesto, reclamaram sobre o Projeto de Lei 191/2020, do governo Jair Bolsonaro, que libera as terras indígenas para exploração em grande escala de mineração, hidrelétricas e projetos de infraestrutura. O Projeto de Lei 490/ 2007, que altera a legislação da demarcação de terras indígenas foram alvos do protesto também foi alvo de críticas.