A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, sancionada em novembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, começa a valer em 1º de janeiro de 2026 e deve beneficiar cerca de 15 milhões de brasileiros, segundo o Palácio do Planalto.
Hoje, a isenção alcança quem recebe até R$ 2.824. Com a mudança, esse limite mais do que dobra, aumentando significativamente o número de trabalhadores que deixarão de pagar o imposto.
Na prática, isso representa mais dinheiro disponível ao longo do ano e a possibilidade de melhorar o orçamento das famílias. Por exemplo, um professor com salário mensal de R$ 4.867,77 terá uma economia anual aproximada de R$ 3.970,18.
A lei também cria um desconto no Imposto de Renda para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais, reduzindo o valor a ser pago na declaração. Entenda melhor abaixo.
Como funciona a nova tabela do IRF 2026?
Veja na prática a economia anual (considerando 13º salário) em relação ao que é pago hoje:
- Quem ganha até R$ 5.000: isenção total, economia de R$ 4.356,89
- Quem ganha até R$ 5.500: isenção de 75%, economia de R$ 3.367,68
- Quem ganha até R$ 6.000: isenção de 50%, economia de R$ 2.350,79
- Quem ganha até R$ 6.500: isenção de 25%, economia de R$ 1.333,90
- Quem ganha acima de R$ 7.000: alíquotas progressivas de 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5% continuam exatamente como são hoje, sem qualquer aumento.
Quantos brasileiros serão beneficiados?
O impacto será direto para cerca de 15 milhões de brasileiros: 10 milhões deixarão de pagar o imposto e outros 5 milhões terão redução no valor devido.
Como o governo pretende compensar essa perda de arrecadação do IR?
A ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil deve gerar uma perda de arrecadação estimada em R$ 25,8 bilhões em 2026.
Para equilibrar as contas, o governo vai implementar uma alíquota progressiva de até 10% sobre rendimentos anuais acima de R$ 600 mil, o equivalente a mais de R$ 50 mil por mês.
Como será a tributação de alta renda?
A nova tributação passa a valer para quem recebe R$ 50 mil por mês ou R$ 600 mil por ano. O cálculo considera a soma de todos os rendimentos anuais, como salário, aluguéis, dividendos e demais ganhos.
Se esse total ficar abaixo de R$ 600 mil, não há cobrança adicional. Acima desse valor, entra em vigor uma alíquota progressiva, que aumenta conforme a renda e chega ao máximo de 10% para quem ganha R$ 1,2 milhão ou mais por ano. Segundo o governo, cerca de 141 mil contribuintes devem ser alcançados pela medida.
O que não entra na tributação de alta renda?
Ganhos de poupança, títulos isentos, heranças, aposentadorias e pensões por doenças graves, venda de bens, rendimentos mobiliários isentos e indenizações.
Estados e municípios vão perder receita com a nova isenção?
Não. Segundo o governo, mesmo com a redução na retenção do IR na fonte, estados e municípios devem ser beneficiados pelo aumento da renda disponível dos trabalhadores e, consequentemente, do consumo. Isso tende a elevar a arrecadação de ICMS, ISS e IBS.
Quando começa a valer as novas regras?
A partir de 1º de janeiro de 2026, mas a tabela atualizada só será usada na declaração de 2027, que corresponde aos rendimentos de 2026.





