Gestão – O Coronavírus e a volatilidade atual

Gestão – O Coronavírus e a volatilidade atual

Bem no finalzinho de 2019, nos últimos dias de dezembro, soubemos pela mídia internacional que a China havia identificado um novo tipo de vírus na sua 7ª cidade em população, Wuhan. Naqueles dias pensou-se que a transmissão se dava através do manuseio e ingestão de peixes e frutos do mar. O mercado de peixes de Wuhan foi fechado, isolado e desinfetado.

A despeito das suspeitas iniciais, mais e mais pessoas em Wuhan passaram a apresentar os sintomas de uma gripe, seguida de crise respiratória aguda, culminando em alguns casos com fibrose pulmonar, pneumonia, levando a óbito principalmente pessoas idosas, com diabete, problemas cardíacos ou de imunidade debilitada.

Houve rápidos esforços de se entender esta nova gripe e evitar sua proliferação na China e – posteriormente – em países com alto fluxo de pessoas indo e vindo daquele país.

Já era fevereiro e muitos países, a despeito dos cuidados de se recepcionar pessoas vindo da China, com sintomas da gripe e até assintomáticos, muita gente já havia circulado em outros países da Ásia, Europa, EE.UU. e Oceania, a trabalho ou a lazer, alastrando o contágio mesmo entre pessoas que não haviam visitado a China, tornando sua contenção cada dia mais difícil.

Não obstante dos inúmeros alertas das autoridades sanitárias de países dos 5 continentes, muitas pessoas seguiram viajando para países com vários casos reportados de pacientes contagiados e já em quarentena nos hospitais e mesmo em suas casas, de forma voluntária nos casos mais leves da gripe.

Entendo e vejo que ainda há muita desinformação circulando nas redes sociais. Entre a irresponsabilidade e omissão de alguns, observamos a histeria de outros. Por fim, numa postura mais ponderada, existe o bom senso, tão necessário e aparentemente esquecido por muitos.

A histeria e reações irracionais de “manada” derrubou / derreteu –  na última semana –  as bolsas de valores mundo afora, nos lembrando mais uma vez que a velocidade, da transmissão de um vírus e também do “medo irracional”, é altíssima nos dias de hoje e só tende a acelerar.

A China, em 20 anos, deu um salto absurdo em sua relevância no PIB mundial, nos mercados fornecedores, compradores, e nos processos industriais do mundo. As grandes indústrias de tecnologia e de bens de consumo semi-duráveis, tais como eletrodomésticos e eletrônicos, tem uma grande dependência da China, seja produzindo e fornecendo componentes, seja fornecendo produtos acabados. Países como o Brasil tem na China seu principal parceiro comercial, na exportação de alimentos e commodities minerais.

A Globalização, iniciada há cerca de 25/30 anos, promoveu pelo mundo, uma migração do desenvolvimento, do desemprego e até desindustrialização de vários países, o Brasil dentre eles.

A recém declarada Pandemia do Coronavírus, pela OMS Organização Mundial de Saúde, já causou impactos nas economias de todo o planeta. Até que este quadro atual se desenvolva plenamente, viveremos ainda alguns meses de incertezas e fortes emoções. A conta deste novo evento ainda não fechou e há o iminente risco de uma recessão mundial caso a pandemia não seja devidamente contingenciada. No mínimo teremos uma forte baixa no crescimento do PIB dos países, já garantida pelas perdas havidas nestes 2,5 meses de 2020.

O fato é que algumas pessoas, empresas e países sairão menos “machucados” destes eventos – queda da produção e consumo – e outros irão perder muito. Alguns poucos irão crescer e até lucrar após a passagem desta nova “onda”.

Iremos ler e ouvir toda sorte de “teorias da conspiração”. O fato é que em dias de Internet, redes sociais e aviões / trens bala, notícias verdadeiras, fake news e pessoas circularão com muita velocidade pelo Globo. A cautela e a rápida leitura dos fatos e informações disponíveis funcionará como um dispositivo “Darwiniano” de seleção natural.

Esta instabilidade e volatilidade é o “novo normal”. Somente aqueles que mais rapidamente se adaptarem irão sobreviver e prosperar.