Frente fria chega no estado ainda nesta semana e muda o tempo no ES; veja a previsão

O clima deve mudar no Espírito Santo ainda nesta semana com a chegada de uma frente fria, a partir da quinta-feira (28). Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), até que a mudança no tempo aconteça, os capixabas ainda vão sofrer com o calor e com a baixa umidade.

A terça-feira (26) deve ser de céu claro no estado, por conta da da atuação do ar seco associado a um sistema de alta pressão que dificulta a formação de nuvens. Não chove e faz calor em todo o Espírito Santo e os índices de Umidade relativa do ar ficam abaixo dos 30% no oeste capixaba. O vento sopra com moderada intensidade por todo o litoral, com risco de rajadas entre o litoral sul e o metropolitano.

Na quarta-feira (27), o tempo continua quente e seco. Não chove no Estado e os índices de umidade relativa do ar ficam abaixo dos 30% em todas as regiões, inclusive na Grande Vitória, podendo ficar abaixo dos 20% em trechos das regiões Sul e Serrana. O vento sopra de moderada à forte intensidade por todo o trecho litorâneo.

Já na quinta-feira (28), começam as mudanças nas condições do tempo no estado. A previsão é de poucas nuvens e calor até o final da manhã em todo o território capixaba. A partir da tarde, o avanço de uma frente fria contribui para um aumento das nuvens e provoca chuva fraca em quase todo o Estado, com exceção das regiões Norte e Noroeste. Os ventos devem ganhar força durante a passagem da frente, mas devem persistir com moderada intensidade ao longo do dia.

Onda de calor deve voltar em outubro

A onda de calor que atinge grande parte do Brasil desde o final de semana deve perder força nos próximos dias, mas a previsão é que em outubro, outras ondas sejam registradas. Segundo o instituo Climatempo, até o dia 28 de setembro, temperaturas muito altas ainda serão observadas sobre a maioria das áreas do Sudeste e no Centro-Oeste, caracterizando a onda de calor.

Ainda de acordo com o instituto, o risco de novas ondas de calor é altamente provável, especialmente durante o mês de outubro. Isso quer dizer que sistemas de alta pressão atmosférica podem voltar a ficar estacionados sobre o Brasil durante outros períodos, até o final da primavera, gerando novas situações de bloqueio atmosféricos e outras ondas de calor.

“Outubro é um mês naturalmente mais quente sobre grande parte do Brasil e mais quente do que setembro. Assim, temperaturas até mais elevadas do que as que serão observadas esta semana poderão ocorrer ao longo do mês de outubro”, diz o Climatempo.

Por que esta primavera pode ser tão quente?

Segundo o Climatempo, a primavera de 2023 é especialmente quente por causa da influência do fenômeno El Niño. “A mudança na circulação de ventos em vários níveis da atmosfera, causadas pelo fenômeno, altera o caminho normal das frentes frias sobre a América do Sul. Assim fica mais difícil a mistura do ar quente com o ar frio, de origem polar, que eventualmente possa chegar ao Brasil com as frentes frias”, explica o instituto.

O El Niño diminui a frequência das pancadas de chuva e isso também ajuda a manter o ar mais quente do que o normal sobre o Brasil. A chuva e a nebulosidade são importantes reguladores da temperatura diária. Menos nuvens, menos chuva resultam em mais hora com sol forte e mais calor.

O instituo ainda lembra que outros dois fatores não podem ser esquecidos. “A primavera de 2023 acontece com um El Niño de forte intensidade, que vai persistir também durante o verão, dentro de uma atmosfera global em aquecimento e ainda com oceanos mais quentes do que o normal. O aquecimento anormal do oceano Atlântico Norte observado em 2023 tem influência direta no clima do Brasil. Tudo isso vai fazer com que o Brasil ainda tenha dias de muito calor no decorrer desta primavera”, pontua.

O que é uma onda de calor?

O Climatempo explica que uma onda de calor é o resultado de um bloqueio atmosférico causado pela persistência de um grande sistema de alta pressão atmosférica sobre uma grande área, por vários dias consecutivos. A alta pressão atmosférica deixa o ar seco, inibe o crescimento e formação de nuvens e a ocorrência de chuva.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial, uma região enfrenta uma onda de calor quando a temperatura diária, em geral a máxima, fica pelo menos 5°C acima da climatologia (valores médios de referência para um período de 30 anos), por pelo menos 5 dias consecutivos.

No caso do Brasil, as alterações na circulação dos ventos sobre o país, impedem a mistura do ar quente com o ar mais fresco trazido pelas frentes frias, que estão sendo desviadas para alto mar depois de atuarem com força sobre o Rio Grande do Sul.

Além disso, de setembro a novembro, o Hemisfério Sul naturalmente já é mais aquecido pelo Sol. Esse é um dos motivos que faz com que a primavera seja uma estação de muito calor em grande parte do Brasil.