Fotógrafo é internado após explosão na Arena MRV

O fotógrafo de 67 anos foi atingido por um explosivo no segundo jogo da final da Copa do Brasil.

Por Agência Estadão

Um fotógrafo precisou foi internado após ser alvo de um rojão na Arena MRV, durante a final da Copa do Brasil, no domingo. Nuremberg José Maria fazia a cobertura fotográfica da segunda partida entre Atlético-MG e Flamengo quando foi atingido, sofrendo ferimentos na mão e no pé. Em nota, o clube mineiro afirma que vai colaborar com as investigações.

Segundo a Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Minas Gerais (Arfoc-MG), Nuremberg fraturou três dedos, além de ter rompido tendões e sofrido um corte o pé. A entidade informou que ele foi socorrido e levado para o Hospital João XXIII, onde passou por cirurgia.

“A Arfoc-MG já havia relatado problemas desta natureza para a administração da Arena MRV. Foi acertado que medidas de segurança seriam implementadas. Mas, se foram, não são suficientes”, criticou a entidade, em nota. “A Arfoc-MG presta solidariedade a todos os seus associados e demais profissionais de imprensa atingidos pelos atos violentos promovidos por vândalos travestidos de torcedores do Atlético-MG e cobra da Arena MRV e do Atlético-MG medidas que assegurem e preservem a integridade física de seus associados, bem como de seus equipamentos”, finaliza.

O clube mineiro publicou uma nota em que firma compromisso para que casos como deste domingo não se repitam. “A respeito dos incidentes ocorridos na Arena MRV durante a disputa da final da Copa Do Brasil, o Atlético vai colaborar com as autoridades para identificar os infratores”, escreveu. A Federação Mineira de Futebol (FMF) se solidarizou com Nuremberg e desejou recuperação ao fotógrafo.

Segundo a súmula do árbitro Raphael Claus, bombas foram arremessadas em direção ao gramado por quatro vezes: aos 9, aos 49, aos 50 e aos 52 minutos de jogo. Claus também relatou arremessos de copos aos 6, aos 45, aos 51 e aos 82 minutos da partida. Todos vieram da torcida mandante, disse o juiz.

Claus também registrou duas ocorrências de lasers que tentavam prejudicar a visão de Rossi, goleiro do Flamengo. Além disso, houve paralisação de sete minutos após o gol do Flamengo, por causa de objetos jogados nos jogadores. Foi nesse momento em que um torcedor invadiu o gramado.

Uma nova tentativa de invasão foi relatada pelo árbitro. Ela aconteceu instantes antes da premiação. Seguranças privados e agentes da Polícia Militar, inclusive com uso de gás de pimenta, contiveram os invasores.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pode punir o Atlético-MG em caso de julgamento. O artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), prevê pena de multa de R$ 100 a R$ 100 mil para o arremesso de objetos no campo.

Ainda conforme a legislação, quando o caso for entendido como uma situação de “elevada gravidade” ou prejudicar o andamento da partida, o clube pode sofrer perda de mando de campo de uma a dez partidas.

Entretanto, o mesmo item do CBJD prevê isenção de responsabilidade do mandante se houver identificação e detenção dos autores do lançamento de objetos. “Sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade (do clube)”, diz o terceiro parágrafo do artigo 213.

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