Fila para evitar taxa sindical dá voltas em quarteirão no ES

Sindicato exige que categoria da saúde vá pessoalmente até a sede entregar um documento sinalizando que recusa a cobrança da taxa

Por Redação
Foto: Reprodução / TV SIM SBT

Desde o início da semana, trabalhadores da área da saúde do Espírito Santo têm enfrentado longas e exaustivas filas em frente à sede do Sindicato dos Trabalhadores em Hospitais e Empresas de Saúde Filantrópicas e Privadas no Estado do Espírito Santo (Sintrasades), na Cidade Alta, em Vitória, próximo ao Palácio Anchieta. O motivo: entregar, pessoalmente, um documento escrito à mão solicitando que não seja descontada a contribuição sindical anual de cerca de 1,5% dos salários.

O prazo final para a entrega é nesta sexta-feira (9), o que tem intensificado ainda mais o movimento e gerado indignação entre os profissionais.

O Sintrasades exige que o documento seja entregue presencialmente, o que tem causado voltas no quarteirão sob um sol forte. A entrega precisa ser feita anualmente e não pode ser enviada por meios digitais, o que revolta os trabalhadores.

“A gente está no tempo da informação, da tecnologia, a gente faz tudo pelo celular, paga conta por celular, até o nosso governo a gente tem as coisas digitalizadas, e esse sindicato faz a gente ficar nessa peleja. Desde de 2021 que começou essa palhaçada. A questão é que o sindicato não faz nada por nós. Se o sindicato fosse ativo, a gente não teria problema em pagar. A fila não é porque a gente não quer pagar o sindicato, é porque o sindicato é nulo pra gente. Isso aqui é ultrajante”, desabafou Mariane, uma das trabalhadoras que aguardava na fila.

Ingrid Marques, outra profissional presente, também criticou a forma como o processo é conduzido. “Cheguei aqui 10h, agora já são 13h e não temos previsão de ir embora. Isso deveria ser feito pelo setor de RH das empresas. Eles que deveriam comunicar ao sindicato”, reclamou.

Foto: Reprodução / TV SIM SBT

A situação tem afetado diretamente a rotina dos trabalhadores, que muitas vezes estão entre um plantão e outro. “Cheguei 9h30 e ainda não estou nem na metade da fila. Não almocei ainda e à noite ainda tenho plantão no hospital! É uma falta de respeito total, a área da saúde já sofre com tanta coisa e ainda tem que enfrentar isso. É desumano!”, relatou outra funcionária.

Além do desconforto físico, muitos temem as consequências profissionais. “É muito humilhante, no sol quente, mais de 4 horas na fila, não sabemos nem se vamos ser atendidos. Com fome, em pé. Poderia muito bem ser via e-mail. É uma forma deles fazerem a gente passar por essa humilhação. A gente foi liberado mais cedo pra vir aqui e não sabemos se vamos ter o dia descontado, ou se vamos ter que pagar essas horas depois”, desabafou mais uma trabalhadora.

Foto: Reprodução / TV SIM SBT

Em meio à exaustão e revolta, uma trabalhadora disse que a determinação persiste. “Eu vou ficar até o final, só saio daqui depois que conseguir, nem que seja dentro da viatura. A gente não recebe nada e ainda querem cobrar isso? O trabalhador que se lasque?! Isso não se faz com ser humano não”, declarou.

Demandado pela reportagem, o Sintrasades ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. O espaço segue aberto para manifestação.

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